segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SOBRE AS ELEIÇÕES NA ARGENTINA: 171nalata: A arte de inventar verdades


Não perca seu tempo lendo a mídia nativa. Entre ficar desinformado e com uma informação completamente equivocada, a primeira é sempre melhor.

171nalata: A arte de inventar verdades: Ontem tivemos eleições na Argentina. Hoje todos os sites brasileiros que abri estampavam manchetes falando em "derrota estrondosa do go...


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A arte de inventar verdades

Ontem tivemos eleições na Argentina. Hoje todos os sites brasileiros que abri estampavam manchetes falando em "derrota estrondosa do governo", e coisas assim. É incrível, mas eu ainda consigo me surpreender com a capacidade dessa gente de inventar. Pois vejam bem o que houve.

As eleições de ontem eram legislativas. Visavam renovar parte do Senado e da Câmara Federal. O partido governista (Frente para la Victoria) foi o mais votado (32%, contra 23% do segundo colocado) e manteve a maioria nas duas casas. Ou seja: venceram a eleição, pois não apenas foram os mais votados como asseguraram a maioria no congresso, que é a finalidade de uma eleição legislativa, não é? Mas como pode alguém ver uma derrota aí?

A imprensa brasileira (comprando um argumento dos setores mais oposicionistas da imprensa argentina) argumenta o seguinte. Que o governo foi derrotado em províncias importantes (Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fé), e que isso configura uma grave derrota, que pode ter sérias implicações nas eleições presidenciais de 2015.

O argumento é evidentemente absurdo, e por vários motivos. Em primeiro lugar, eleições legislativas são proporcionais, e não majoritárias. O governo "perder" em uma província quer dizer apenas que não foi o partido que elegeu mais congressistas naquela região. Só isso. Achar que isso é um "golpe terrível" é muita vontade de ver o que quer na situação.

Segundo lugar: as cinco mais importantes "derrotas" do governo foram para cinco rivais diferentes: O direitista Mauricio Macri (cidade de Buenos Aires), Sergio Massa, um dissidente do kirchnerismo (província de Buenos Aires), o "socialista" Hermes Binner (Santa Fé), os peronistas não kirchneristas de Córdoba e o radical Julio Cobos (Mendoza). Salvo os radicais e socialistas, que têm uma associação intermitente (lançaram candidatos diferentes na última eleição presidencial, por exemplo) são grupos sem afinidade e com expressão meramente local. Precisam comer muito angu ainda para sonhar com algo em 2015.

Terceiro lugar: o impacto desses resultados é francamente questionável. São eleições distantes dois anos da eleição presidencial (muita coisa pode mudar) e muito influenciadas por fatores locais. Há 4 anos, nas eleições legislativas de 2009, o kirchnerismo teve praticamente o mesmo percentual de votos, as mesmas análises foram feitas e em 2011 Cristina kirchner se elegeu com a maior vitória da história do país.

Então vejamos. O kirchnerismo tem o poder, elegeu a maioria nas duas casas do Congresso, é um dos únicos partidos de expressão nacional na Argentina (ao lado da UCR) e já tem seu candidato virtualmente definido para 2015, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. A oposição é francamente dividida em grupos rivais, vários dos quais não tâm afinidade entre si, são minoria em ambas as casas e quase todos os seus "expoentes" só tem força em seu quintal.

Mas a imprensa brasileira olha para isso e enxerga um governo enfraquecido por uma retumbante derrota e prestes a ver sua história encerrada de forma devastadora nas próximas eleições. Bem, cada um acredita no que quer, não é?

domingo, 27 de outubro de 2013

O pré-sal bombou e desagradou muita gente. Isso é um ótimo sinal


A tomar as manchetes das revistas brasileiras, o pré-sal bombou e desagradou muita gente. Isso é um ótimo sinal: desagradamos os países hegemônicos, suas empresas e seus defensores, dentro e fora do Brasil.


ISTOÉ Dinheiro

Manchete: O pré-sal decolou
O leilão do Campo de Libra muda o patamar da exploração de petróleo e abre um mar de oportunidades para as empresas e para o desenvolvimento do Brasil.

Os bastidores do consórcio que rendeu R$ 15 bilhões ao governo e trará receitas de R$ 1 trilhão em 35 anos

O impacto da exploração do pré-sal nos negócios das gigantes Petrobras, Shel, Total, Petrochina e CNOOC (Págs. 1)



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Veja


Manchete: O dilema dos beagles
Amor sem remédio

Ainda não dá para fazer ciência sem que eles sofram, mas cada vez mais isso é intolerável. (Pág. 1)

Petróleo
O leilão de Libra não foi o ideal, mas as promessas do pré-sal ainda estão de pé. (Pág. 1)



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EXAME


Manchete: Hora da virada na educação?
Alerta - Um aluno brasileiro de 15 anos sabe o mesmo que um chinês de 10 ou um coreano de 11 anos

Oportunidade - Com o dinheiro do pré-sal e menos crianças, temos a chance histórica de dar um salto de qualidade

Risco - Sem avanços profundos na gestão do sistema educacional, aplicar mais recursos não vai adiantar nada. (Pág. 1)

Pré-sal
O Brasil faturou alto com o leilão de Libra. Mas os problemas da Petrobras não foram embora. (Pág. 1)

A educação, parece, começou a ganhar respeito.

Talvez, a partir de agora, a Educação comece a receber atenção "desinteressada" politicamente, ou politicamente comprometida com o futuro da nação. Afinal não é todo dia que uma das mais importantes revistas de "economia" privilegia em suas manchetes a Educação ao invés da economia. 

EXAME

Manchete: Hora da virada na educação?
Alerta - Um aluno brasileiro de 15 anos sabe o mesmo que um chinês de 10 ou um coreano de 11 anos

Oportunidade - Com o dinheiro do pré-sal e menos crianças, temos a chance histórica de dar um salto de qualidade

Risco - Sem avanços profundos na gestão do sistema educacional, aplicar mais recursos não vai adiantar nada. (Pág. 1)

Pré-sal
O Brasil faturou alto com o leilão de Libra. Mas os problemas da Petrobras não foram embora. (Pág. 1)
Um pequeno lembrete para colocar em questão " o quanto a política internacional" dos governos do PT está equivocada. A manchete é do El país.

Alemania y Brasil lideran en la ONU una iniciativa para controlar el espionaje

La propuesta quiere garantizar la privacidad de las comunicaciones en Internet

Una veintena de países la respaldan y EE UU está dispuesta a estudiarlahttp://internacional.elpais.com/internacional/2013/10/26/actualidad/1382802183_948709.html

Manchete do O Globo: Economia, eventos e UPPs reinventam os bairros do Rio


Apesar dos discurso sistemáticos contra as UPPs e dos insistentes argumentos dizendo que isso não alterou a realidade carioca, até o jornal mais conservador do Brasil  não foi capaz de negar que alguns avanços foram conquistados. 

Óbvio que o problema não foi sanado. Afinal, trata-se de um problema centenário que foi-se agrando ao longo do tempo e recentemente ganhou um "novo" traço: a criminalidade aliada ao tráfico de drogas e depois aos milicianos. Aí vai a notícia:


Manchete: Economia, eventos e UPPs reinventam os bairros do Rio
Mudança de perfil da população faz imóveis em áreas degradadas, como a Cruzada São Sebastião, se valorizarem mais de 100%

Renda mais alta dos novos moradores transforma relações econômicas e sociais na vizinhança e faz surgirem edifícios e estabelecimentos comerciais mais sofisticados

Ao perder o emprego, a ex-comissária de bordo da Varig Deisi Soleti vendeu o apartamento no Leblon e, por R$ 170 mil, comprou um menor na Cruzada São Sebastião. Um ano e sete meses depois, o imóvel está avaliado em R$ 400 mil. Deisi é um dos personagens do fenômeno da gentrificação, a renovação urbana a partir da mudança do perfil dos moradores. No Rio, o processo é acelerado pelo crescimento da economia acima da média nacional, pelos investimentos para os grandes eventos e pela pacificação das favelas, mostram Fábio Vasconcelos, Flávio Tabak, Natanael, Damasceno e Paulo Thiago de Mello. (Págs. 1, 18, 23 e 24)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Bomba ! Como Cerra e FHC iam vender o Brasil | Conversa Afiada


REPRODUZO O INCONTORNÁVEL POST DO CONVERSA AFIADA:


Bomba ! Como Cerra e FHC iam vender o Brasil | Conversa Afiada

Conversa Afiada reproduz post do blog Geopolítica do Petróleo:

“RECORDAR É VIVER”:  COMO FHC E SERRA TENTARAM PRIVATIZAR A PETROBRÁS


Diante das recentes polêmicas envolvendo o Pré-Sal e a Petrobrás nas eleições, selecionamos aqui uma sequência de  notícias a respeito da luta empreendida pelo PSDB-DEM para privatizar a Petrobrás e o petróleo brasileiro desde os anos 1990, durante o governo de Fernando Henrique, mas também após o fim daquele governo, quando esta coligação continuou criticando e atacando sistematicamente a Petrobrás e agora, o Pré-Sal.























Como foi a mobilização dos Ministros de governo e dos partidos que apoiavam o governo de Fernando Henrique (PSDB e PFL, atual DEM)  para privatizar a Petrobras:






A preparação para a privatização da Petrobrás começou no 1o mandato de FHC, quando José Serra era Ministro do Planejamento. O plano de privatização começou com o sucateamento da Petrobrás, seguido de mudanças ma legislação que o governo FHC-Serra fez para viabilizar a venda da empresa brasileira. O objetivo era privatizar todo o setor de energia e petróleo do país.


















Em agosto de 2000 o governo FHC governo brasileiro realiza uma grande venda de ações da Petrobrás no Brasil e na Bolsa de Nova Iorque, onde entrega cerca de 15% do patrimônio total da empresa por pouco cerca de US$ 3,2 bilhões, sendo que 60% das ações vendidas ficaram nas mãos de estrangeiros. Este foi a segunda venda de ações da Petrobrás no governo FHC (a primeira foi em 1996, quando foram vendidas as ações da Petrobrás que eram controladas pelo governo via BNDES). A última venda de ações ocoreria em 2002, sendo que empresas (refinarias e empresas distribuidoras de gás) foram desmembradas da Petrobrás  e vendidas separadamente, como a Refap. Ao todo o governo FHC vendeu metade do patrimônio Petrobrás em apenas 8 anos. Ao fim do governo FHC, o Brasil controlava apenas 32% do total de ações da Petrobrás e cerca de 70% dos funcionários da empresa eram terceirizados.








O fim da Era FHC representou o fim da crise da Petrobrás, provocado pelo sucateamento proposital da empresa com o objetivo de privatizá-la. No Governo Lula a Petrobrás se tornou prioridade do governo, foi incluída na estratégia de crescimento e re-industrialização do Brasil e em programas como o PAC. Neste contexto é que o governo decidiu perfurar o “pré-sal” e iniciar a extração de petróleo da camada pré-sal, que no ano de 2010 atinge a produção de 100 mil barris por dia.


No governo Lula a Petrobrás finalmente  se recuperou da crise da “Era FHC”, mas oPSDB e o DEM (ex-PFL) continuaram lutando para privatizar a empresa. Os deputados e senadores do PSDB e do DEM criticaram constantemente a Petrobrás no Congresso Nacional e na imprensa.

Depois que a Petrobrás descobriu o Pré-Sal, o governo Lula resolveu acabar com a entreguista Lei do Petróleo de 1997, criada pelo governo FHC e propôs uma Nova Lei do Petróleo, mais moderna e que defendesse os interesses do Brasil. A coligação PSDB-DEM decidiu, então, criar uma CPI da Petrobrás para atacar o governo Lula e impedir a mudança da legislação entreguista-privatista por uma legislação mais coerente e nacionalista.
































Clique aqui para ler “E quem vai defender o pré-sal ?”. 

Aqui para ler sobre o Príncipe da Privataria: “Quem é o Sr X que gravou a compra da reeleição de FHC”. 

aqui para ler “Dudu vai para a esquerda com Heráclito e Bornhausen”.