Saiu no O Globo de hoje que...
"Deputados com votos dos outros
Apenas dois dos 22 deputados investigados no STF devido à Operação Lava-Jato foram eleitos graças à sua própria votação. Os demais não tiveram votos suficientes, mas foram beneficiados pela força de suas coligações. Para especialistas, isso gera distorções na representação no Parlamento. (Pág. 3)"A Reforma Política não é uma bandeira partidária, mas uma pauta nacional. A notícia é mais um motivo para realizá-la o mais rápido possível. Absurdos assim precisam desaparecer da política brasileira. Os bandidos da política se alimentam dessas excrescências legais...
A cada notícia sabemos que instituições da magnitude da OAB e da CBNN que propuseram o fim do financiamento empresarial de campanha, uma "lei" que foi - tecnicamente - aprovada no STF, pois recebeu seis (6) votos favoráveis em dez (possíveis) - tem cumprido seu papel político, cívico, institucional com a nação.
A quesatão é quem não tem feito o mesmo?
No Brasil, até mesmo juízes se posicionam, francamente, contra instituições, partidos e a nação. O Ministro Gilmar Mendes, nesse caso, pediu vistas ao projeto e o "arquivou" em sua casa, por conta própria.
Um acinte jurídico, político e cívico contra o qual algumas vozes se levantaram (#devolvegilmar), mas não adiantou. Uma violação dos princípios legais a quem o funcionário público é pago para defender. Uma violação, não somente dos legítimos direitos dos cidadãos, mas das premissas que regem as relações estado-nação e garantem a nação como corpo social do estado. Uma violação à Carta Magna de 1988, a quem o ministro deve (ou deveria), mais do que respeito, reverência.
A velha mídia, em geral, se calou.
Nesse ínterim, o PMDB propôs "sua" reforma política que altera pouco essas práticas expúrias, ligadas ao uso do dinheiro em campanhas eleitorais. As mesmas que atraem os bandidos para a política e marcaram a vida política nacional da Nova República.
Ainda que uma ditadura traga desdobramentos funestos para a vida política nacional e por longo tempo - entre muitos outros graves problemas - o que justificaria o fato de essas práticas sejam mantidas até agora?
Passou da hora de mudar!
As manifetações de 2013 expressaram bem que a população não suporta mais essas mazelas políticas, gestadas no ventre da ditadura. Mas, como ficou evidente nos resultados das investidas populares contra os acordos dos governos estaduais e municiapis com as companhias de transporte, prejudicando a população, tais práticas contaminaram, senão todos os políticos, pelo menos viciaram a imensa maioria deles.
Ao longo da Nova República, transformaram-se numa das práticas mais expúrias da cultura de corrupção nacional. Afinal a corrupção ligada ao Metrô de SP prejudica toda a população da cidade, cotidianamente.
Tivemos também corrupção em diversos níveis de governo, das quais somente e última foi a julgamento: "compra" de eleição (Collor); compra aumento de mandato (Sarney), reeleição (FHC), compra de votos no congresso (com minúscula - cujos corrompidos não forma punidos)
Me lembro da esposa do ex-presidente Collor ser acusada de roubar dinheiro da merenda escolar: realização irônica do dito popular - tirar doce de criança...
A notícia de que 10% dos envolvidos na Operação Lava-Jato não foram eleitos mostra que o problema não está somente nos eleitores desinformados e/ou manipulados, comprados, etc. mas na máquina eleitoral montada pelo banditismo político que virou epidemia. Ela deixa ainda mais claro a necessidade de realizarmos uma reforma política que, sobretudo, rompa com as relações intestinais entre dinheiro - em geral de origem desonesta, incluindo o banditismo - e a alta política brasileira.
Mais pelo Brasil!
Editorial da Folha de São Palulo:
“Justiça tarda e falha”, acerca de demora para o julgamento do mensalão tucano"