domingo, 8 de dezembro de 2013

HISTÓRIA: SOBRE O QUE FOI DITO ONTEM E HOJE - a diplomacia brasileira na OMC


HISTÓRIA: SOBRE O QUE FOI DITO ONTEM E HOJE

O diplomata brasileiro que assumiu a direção da OMC foi menosprezado e criticado pela mídia brasileira... Agora ela é obrigada a se resignar a sua estupidez analítica e anuncia, em manchete: 

Correio Braziliense

Comércio: OMC acaba com impasse de 20 anos 
Com a importante atuação do brasileiro Roberto Azevêdo, a organização chegou ao acordo que injetará US$ 1 trilhão na economia mundial. (PÁGINAS 1 e 16)



O Estado de S. Paulo

Manchete: Acordo inédito na OMC tenta frear iniciativas regionais

Brasil trabalhou nos bastidores por consenso para evitar que organização fosse abandonada pelos europeus e EUA


Organização Mundial do Comércio (OMC) fechou ontem, em Bali, o primeiro acordo em quase 20 anos e, com isso, evitou que Europa e Estados Unidos se lançassem apenas em negociações regionais sem a participação dos países emergentes, relata o correspondente Jamil Chade. O entendimento abre caminho para a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial ao desbloquear processos aduaneiros. Segundo economistas, também deve criar 21 milhões de postos de trabalho. Mas, acima de tudo, salva a credibilidade da OMC. O Itamaraty saiu de Bali com o que considera uma vitória porque temia perder participação no mercado internacional. Apesar de ser só a “ponta do iceberg”, o tom ontem era de comemoração pelo significado político do tratado. “Pela primeira vez na história, chegamos a um acordo”, comemorou o diretor da entidade, o brasileiro Roberto Azevêdo. (Págs. 1 e Economia/B1)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

RUDÁ RICCI: Projeções para as eleições de 2014

RUDÁ RICCI: Projeções para as eleições de 2014: Nesta semana estive em São Paulo desenvolvendo algumas consultorias e me reunindo com alguns cientistas sociais e jornalistas. Vários apre...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Manchete:"O que atrai investimento é o respeito aos contratos"

Acho que o melhor argumento é a palavra, o testemunho aberto de quem, efetivamente, toma conta do capital. Então, reproduzo a afirmação da maior companhia de petróleo atuante no Brasil...   

(Foi manchete no Brasil Econômico)

"Manchete:"O que atrai investimento é o respeito aos contratos"

Presidente da britânica BG para a América do Sul, Nelson Silva, garante que o grupo não determina seus investimentos por temores sobre a economia brasileira ou possibilidade de rebaixamento do país na classificação de agências de risco. Nos próximos cinco anos, a petroleira vai investir US$ 15 bilhões na exploração de óleo e gás no Brasil. Principal parceira da Petrobras nos campos do pré-sal já em atividade, a empresa se tornará em 2014 a segunda maior produtora de petróleo do país, atrás apenas da estatal. (Págs. 1 e 4 a 7)

domingo, 24 de novembro de 2013

Bandeira de Mello: PT tem que processar Barbosa | Conversa Afiada

Bandeira de Mello: PT tem que processar Barbosa | Conversa Afiada

Safatle e a Condor: a segunda morte de Jango | Conversa Afiada

Safatle e a Condor: a segunda morte de Jango | Conversa Afiada

MENSALÃO TUCANO JÁ PRESCREVE kkkk SALVE A JUSTIÇA BRASILEIRA!

SALVE A JUSTIÇA BRASILEIRA! 

Vale lembrar que leis escritas existem desde a Antiguidade - código de Hamurabi? - mas se elas não forem aplicadas a todos e igualmente, a Justiça não passa de uma forma de opressão de quem "detém o poder". Há aqui um eufemismo importante, pois o PT tem sido o partido no poder de Estado, eleito nas urnas há mais de uma década, mas o poder, hum, esse está noutras mãos, ou não?... Vejamos... os chamados mensaleiros estão presos, mas a cadeia reclama de justiça: onde estão Maluf, Sarney, Daniel Dantas, o redator da Veja em Brasília, Policarpo Junior - encarregado de caluniar os adversários de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres usando a publicação - e também os dois mencionados anteriormente, os responsáveis pela revista, Abdelmassi, Cacciola, etc... Seria preciso pensar ainda na situação do Pizzolato pedindo outro julgamento na Itália e, vale lembrar, não asilo político ou algo que o preserve da justiça brasileira... Os corruptos devem ir para a cadeia, sim! Mas, todos eles, não somente alguns deles.

 Um comentário sobre o post do blog Conversa Afiada, a seguir!

Saiu na Folha (*):

TESOUREIRO TUCANO DEVE FICAR LIVRE DE AÇÃO


Caixa de campanha em Minas em 1998, Cláudio Mourão fará 70 anos em abril e será beneficiado por prescrição

Pelo mesmo motivo, o ex-ministro Mares Guia pediu sua exclusão do caso; Promotoria prevê julgamento só em 2015

Navalha
A propósito da ilustração gentilmente enviada pelo amigo navegante Rui, não deixe ler sobre as semelhanças entre Jânio Quadros e Joaquim Barbosa, aqui no Conversa Afiada, com a colaboração da professora Maria Victoria Benevides ; e aqui o professor Bandeira de Mello, que recomenda ao PT processar Barbosa (caso o PT tivesse conseguido eleger pelo menos um senador …).
Aparentemente, alguns dos que se passam por senadores do PT tomam caminhonetes até a Papuda, se comovem muito, choram copiosamente, mas discurso no Senado e pedido de impeachment que é bom …
Leia em “Genoino ao PML e Barbosa” o que diz (ou melhor, não diz) Genoino sobre a solidariedade dos petistas.
(É porque ainda não perguntaram ao Dirceu.)

Paulo Henrique Amorim



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Dilma: Homenagem a Jango é uma afirmação da nossa democracia

Trata-se de uma atitude importantíssima, uma vez que Jango foi um presidente da República deposto pela força militar, com apoio da mídia nativa, de empresários brasileiros e estrangeiros e até do governo dos EUA. Acima de tudo, é um ato de soberania nacional.

Dilma: Homenagem a Jango é uma afirmação da nossa democracia


JangoA presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (14), em sua conta no Twitter, que a solenidade de honra ao ex-presidente João Goulart é uma afirmação da democracia no Brasil, que se consolida com este gesto histórico. Jango recebeu honras de chefe de Estado durante a chegada na Base Aérea, em Brasília. A cerimônia foi uma forma de homenagear o ex-presidente que, na época, não contou com esse ritual concedido aos chefes da Nação.
“Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstância ainda a serem esclarecidas por exames periciais. Junto comigo estarão ex-presidentes da República, o presidente do Senado e políticos de todas as vertentes. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória. Essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico”, disse.
Durante a cerimônia, a presidenta Dilma depositou, junto com a viúva de João Goulart, Maria Thereza, uma coroa de flores brancas na urna com os restos mortais do presidente. Maria Thereza recebeu a bandeira brasileira que estava em cima da urna com os restos mortais de Jango. Também participaram da cerimônia os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva.
As honras militares compreenderam a salva de 21 tiros, a execução do hino nacional e a condução do esquife com o presidente para o local da homenagem. Os despojos de Jango foram encaminhados para o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, onde ocorrerá a análise pericial.

domingo, 10 de novembro de 2013

2008: o ano que a mídia esqueceu!

2008: o ano que a mídia esqueceu

reproduzo de 

Quando a tempestade neoliberal despencou, em 2007/2008, o Brasil resistiu ao naufrágio com boias que exigiram gastos fiscais da ordem de R$ 400 bilhões.

por: Saul Leblon 

Arquivo
As notícias contraditórias que chegam dos EUA, em recuperação, e da Europa, sob a ameaça de uma deflação que obrigou o BC a derrubar o juro na sua mínima histórica,  evidenciam a profundidade de uma desordem financeira que não cederá tão cedo, nem tão facilmente.

A consciência dessa longa travessia é um dado fundamental para a ação política em nosso tempo.

É imprescindível abrir o olhar ao horizonte mais largo das determinações  ofuscadas pelo alarido imediatista da mídia conservadora.

A agenda  do arrocho fiscal e monetário bate seu bumbo outra vez.

Com objetivos explícitos e implícitos.

De um lado, determinar a natureza das respostas à dura transição de ciclo de desenvolvimento vivida pelo país.

De outro, encurralar  a sucessão de 2014 em um ambiente contaminado pela represália iminente das agências de risco e dos investidores à ‘derrocada fiscal’.

É o palanque pronto para aqueles que prometem fazer mais e melhor, restaurando o ‘tripé’, recita a cristã-nova do apocalipse, Marina Silva.

Mudam as moscas. Resgata-se o enredo de 2002.

Nesta 6ª feira, na Folha, colunistas  já apregoam a necessidade de se voltar aos bons preceitos da Carta aos Brasileiros, bem como aos mandamentos do Consenso de Washington.

‘Não é que não deu certo; não foi bem aplicado’.

Tudo se passa como se setembro de 2008 nunca tivesse existido no calendário do país e do planeta.

O movimento de expansão do capital financeiro, cuja supremacia determina a dinâmica da economia em nosso tempo, e o faz com a imposição de dramáticos constrangimentos à soberania das nações e às escolhas do desenvolvimento,  antecede e explica  a crise que o conservadorismo apagou.

Não há  economicismo nessa constatação.

A política contribuiu de maneira inestimável para o modo como essa lógica se impôs, a velocidade com que ela se consolidou, a virulência de sua hegemonia e a agonia sem data para terminar de seu poder prevalecente.

 A espoleta da maior crise do capitalismo desde 1929  foi o recuo desastroso do controle da Democracia sobre o poder do Dinheiro.

Seu vetor: o desmonte das travas regulatórias impostas ao sistema financeiro no pós-guerra.

De novo: a regressão não foi obra do acaso.

Recuos e derrotas acumulados pela esquerda mundial desde os anos 70, sobretudo a colonização de seu arcabouço pelos interditos neoliberais, alargaram os vertedouros ao espraiamento de uma dominância financeira que se tornou ubíqua em todas as esferas da vida.

A queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, sancionou-a no imaginário social como uma segunda natureza.

Era o  fim da história, diziam os áulicos.

Não era, mostrou setembro de 2008.

Mas a sociedade que cedeu a soberania ao suposto poder autorregulador dos mercados comprometera fortemente a sua capacidade política de gerar antídotos ao algoz.

A atrofia ideológica  dos partidos progressistas, por exemplo.

Com ela corroeu-se  a principal fonte de restauração do interesse público sobre a supremacia do dinheiro.

A combustão não foi espontânea.

Um jornalismo rudimentar no conteúdo, ressalvadas as exceções de praxe, mas agressivo na abordagem, capturou o discernimento histórico com uma camada de verniz naval de legitimidade incontrastável.

Durou décadas.

Deformou toda uma geração de jornalistas e de lideranças políticas.

Irradiou descrédito e desinteresse na política e no debate do desenvolvimento.

A economia tornou-se um templo sagrado, dotado de leis próprias, revestido de esférica coerência endógena, avesso ao ruído das ruas, das urnas e das aspirações por cidadania plena.

Alguma dúvida sobre o ventre de origem da revolta black bloc?

A crise mundial açoitou impiedosamente a sabedoria excretada nessa endogamia religiosa entre o circuito do dinheiro especulativo e o noticiário conservador.
Para dizê-lo de forma educada, a pauta dos mercados autorregulados revelou-se uma fraude.

Gigantesca.

Seus pressupostos, os valores por ela veiculados  adernam junto com o seu objeto há cinco anos.

Muito pouco, todavia, seria colocado em seu lugar.

Persiste na democracia um vácuo de representação e escrutínio que renova ao mercado a prerrogativa de pautar o país.

É imperioso resgatar as folhas arrancadas do calendário.

Em setembro de 2008, após um ciclo de fastígio da liquidez e do financiamento barato, a ponto de sancionar os famosos créditos ninjas, que bancavam aquisições de imóveis para cidadãos sem renda, sem emprego e sem garantias, deu-se o sabido.

O dominó começou a quebrar pelas sub-primes, lastreadas na evanescente solvibilidade dos mencionados ninjas.

 Graças à sofisticação atingida pela engenharia rentista, esse estoque  tóxico fora  fatiado e reempacotado em ‘produtos financeiros’ negociados em escala global.

O artifício destinado a ‘diluir os riscos’ acentuaria a sua natureza sistêmica, transformando-se  em um dos canais de irradiação da crise que alcançaria todas as praças do mundo.

Inclusive essa que no presente momento está sob o ataque das manchetes terminais  da atilada mídia conservadora.

Disposta a tudo para acuar o governo, ela fustiga o demônio do descontrole fiscal para obriga-lo a aceitar a talagada do veneno que há cinco anos entubou o mundo na UTI gastrofinanceira.

Os bons modos corporativos desaconselham.

Mas é forçoso dizê-lo nos dias que correm.

Aqueles que hoje ministram extrema-unção diária ao país   --‘se não for hoje, de amanhã o Brasil não passa’--  são os mesmos sacerdotes da santa inquisição neoliberal que, durante décadas, transformaram o jornalismo econômico numa obsequiosa prestação de serviço ao dinheiro graúdo.

Vigiar e punir quem ousasse afrontar  os interesses dos mercados financeiros  e das agências de risco internacionais era ( é ) a sua pauta de estimação.

Para isso são regiamente retribuídos.

E fazem jus ao diferencial.


O primeiro impulso do jogral midiático quando a tempestade se instaurou, em 2007/2008, foi instar o Brasil a aderir ao afogamento coletivo.

De preferencia com os pés amarrados a uma bola de chumbo de juros altos; as mãos decepadas pelos cortes de um virulento arrocho fiscal.

O BC  brasileiro, dirigido pelo comodoro Henrique Meirelles, aquiesceu de bom grado.

Na noite de 10 de setembro de 2008, quando a água invadia os mercados urbi et orbi, o país era informado de que a operosa autoridade monetária, a mão firme no leme,  subira a taxa de juro, já um colosso de 13%, para graúdos 13,75%.

Arrancou aplausos do jornalismo tupiniquim, o mesmo que agora pede bis.

Cinco dias depois quebrava o  Lehman Brothers.

Na época, o quarto maior banco dos EUA.

O buraco de US$ 3,9 bi na instituição de 159 anos marcaria simbolicamente a temporada de esfarelamento das verdades graníticas com as quais a emissão conservadora tutelava o país até então.

Após o desastroso ato pró-cíclico do BC, o governo Lula soube aproveitar a margem de manobra ampliada pela desmoralização plutocrática e inverteu a ênfase.

Em vez de trazer a crise mundial para dentro do Brasil, como pedia a mídia isenta, ergueu diques para afrontá-la na porta.

Um vigoroso acervo de medidas de extração contracíclica  foi acionado.

Ampliou-se o crédito ao consumo,  programas sociais foram expandidos, desonerações favoreceram o investimento produtivo, fomentou-se um gigantesco plano de habitação, articulou-se uma fornada de urgentes inversões em infraestrutura e logística social.

Enquanto o mundo se liquefazia na maré do desemprego, o país continuou a crescer e a expandir seu mercado de trabalho.
Calcula-se que entre subsídios, renúncia fiscal  e incentivo ao investimento, ademais de ações sociais, a resistência ao naufrágio tenha acumulado gastos da ordem de R$ 400 bilhões.

É em torno dessa conta que se afina a partitura da tragédia fiscal iminente, anunciada agora pelo jornalismo econômico.

Esponja-se na fronteira do acerto de contas.

Os que incitavam o governo a jogar o país ao mar em 2008,  retrucam que o custo de não tê-lo afogado na hora certa acarretou custos  insustentáveis.

Tucanos, de sabedoria econômica comprovada pelos resultados diante de outras crises, endossam o clamor pela eutanásia.

FHC: “Os governos petistas puseram em marcha uma estratégia de alto rendimento econômico e político imediato, mas com pernas curtas e efeitos colaterais negativos a prazo mais longo. O futuro chegou...” (Estadão;03-11-2013)
Recomenda-se vivamente beber a cota do dilúvio desdenhada irresponsavelmente em 2008.

A politização do debate econômico  –que o governo não fez a tempo, abrindo os canais para tanto, e o PT vocaliza de modo delicado--  é o primeiro passo para livrar a agenda da crise desse garrote infernal.

A persistir a hesitação, a hegemonia falida ditará as regras à superação da própria falência, coisa que nem o código de falência do capitalismo permite.

O resultado, aí sim, jogará o Brasil no abismo contornado há cinco anos.

Não há, nunca houve, solução sem custo para os desequilíbrios intrínsecos a um processo de desenvolvimento.

Desenvolvimento exige projeto, força e consentimento.

À democracia compete libertar a economia da fraudulenta camisa-de-força 'técnica' que circunscreve  as alternativas aos limites intocáveis dos interesses dominantes.
Desmoralizada pelos mercados, a política ficará refém dos black blocs de máscara e aqueles, muito mais perigosos,  de gravata de seda.

As escolhas a fazer  não são singelas.

O país precisa do investimento público e privado para adequar uma infraestrutura planejada para a 1/3 da população ao mercado de massa nascido nos últimos anos.

Estamos falando de proporções épicas: em vidas humanas e recursos financeiros.

Nada que se harmonize do dia para a noite.

O crucial é erguer as linhas de passagem, pactuar seus custos, os ganhos e prazos.

A persistir a livre mobilidade dos capitais, do lado externo,  e a captura dos fundos públicos para os juros  da dívida, no plano doméstico, a travessia fica vulnerável à chantagem rentista.

Sobra uma pinguela estreita e oscilante.

Não cabe o Brasil.

Um ano de juro da dívida equivale a 71 anos de merenda escolar diária para 47 milhões de crianças e adolescentes da rede pública brasileira.

É só uma ilustração. Mas também é a síntese das proporções em jogo na arquitetura que será preciso escolher.

A crise desnudou o fatalismo econômico que estruturou a narrativa dominante nas últimas décadas.

Mas alguém precisa dizer que o rei está nu.

E, sobretudo, erguer mirantes de pluralidade para que o país possa enxerga-lo como tal. E a partir daí reescrever a sua própria história.








sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Por que a rede deve ser neutra ! | Conversa Afiada

É preciso urgência na aprovação da lei que libera a internet... O lobby contra é bem remunerado e, a essa altura, já comprou os deputados, senadores e outros políticos, "jornalistas" para distorcer tudo. Vamos ficar atentos.

Por que a rede deve ser neutra ! | Conversa Afiada

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SOBRE AS ELEIÇÕES NA ARGENTINA: 171nalata: A arte de inventar verdades


Não perca seu tempo lendo a mídia nativa. Entre ficar desinformado e com uma informação completamente equivocada, a primeira é sempre melhor.

171nalata: A arte de inventar verdades: Ontem tivemos eleições na Argentina. Hoje todos os sites brasileiros que abri estampavam manchetes falando em "derrota estrondosa do go...


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A arte de inventar verdades

Ontem tivemos eleições na Argentina. Hoje todos os sites brasileiros que abri estampavam manchetes falando em "derrota estrondosa do governo", e coisas assim. É incrível, mas eu ainda consigo me surpreender com a capacidade dessa gente de inventar. Pois vejam bem o que houve.

As eleições de ontem eram legislativas. Visavam renovar parte do Senado e da Câmara Federal. O partido governista (Frente para la Victoria) foi o mais votado (32%, contra 23% do segundo colocado) e manteve a maioria nas duas casas. Ou seja: venceram a eleição, pois não apenas foram os mais votados como asseguraram a maioria no congresso, que é a finalidade de uma eleição legislativa, não é? Mas como pode alguém ver uma derrota aí?

A imprensa brasileira (comprando um argumento dos setores mais oposicionistas da imprensa argentina) argumenta o seguinte. Que o governo foi derrotado em províncias importantes (Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fé), e que isso configura uma grave derrota, que pode ter sérias implicações nas eleições presidenciais de 2015.

O argumento é evidentemente absurdo, e por vários motivos. Em primeiro lugar, eleições legislativas são proporcionais, e não majoritárias. O governo "perder" em uma província quer dizer apenas que não foi o partido que elegeu mais congressistas naquela região. Só isso. Achar que isso é um "golpe terrível" é muita vontade de ver o que quer na situação.

Segundo lugar: as cinco mais importantes "derrotas" do governo foram para cinco rivais diferentes: O direitista Mauricio Macri (cidade de Buenos Aires), Sergio Massa, um dissidente do kirchnerismo (província de Buenos Aires), o "socialista" Hermes Binner (Santa Fé), os peronistas não kirchneristas de Córdoba e o radical Julio Cobos (Mendoza). Salvo os radicais e socialistas, que têm uma associação intermitente (lançaram candidatos diferentes na última eleição presidencial, por exemplo) são grupos sem afinidade e com expressão meramente local. Precisam comer muito angu ainda para sonhar com algo em 2015.

Terceiro lugar: o impacto desses resultados é francamente questionável. São eleições distantes dois anos da eleição presidencial (muita coisa pode mudar) e muito influenciadas por fatores locais. Há 4 anos, nas eleições legislativas de 2009, o kirchnerismo teve praticamente o mesmo percentual de votos, as mesmas análises foram feitas e em 2011 Cristina kirchner se elegeu com a maior vitória da história do país.

Então vejamos. O kirchnerismo tem o poder, elegeu a maioria nas duas casas do Congresso, é um dos únicos partidos de expressão nacional na Argentina (ao lado da UCR) e já tem seu candidato virtualmente definido para 2015, o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. A oposição é francamente dividida em grupos rivais, vários dos quais não tâm afinidade entre si, são minoria em ambas as casas e quase todos os seus "expoentes" só tem força em seu quintal.

Mas a imprensa brasileira olha para isso e enxerga um governo enfraquecido por uma retumbante derrota e prestes a ver sua história encerrada de forma devastadora nas próximas eleições. Bem, cada um acredita no que quer, não é?

domingo, 27 de outubro de 2013

O pré-sal bombou e desagradou muita gente. Isso é um ótimo sinal


A tomar as manchetes das revistas brasileiras, o pré-sal bombou e desagradou muita gente. Isso é um ótimo sinal: desagradamos os países hegemônicos, suas empresas e seus defensores, dentro e fora do Brasil.


ISTOÉ Dinheiro

Manchete: O pré-sal decolou
O leilão do Campo de Libra muda o patamar da exploração de petróleo e abre um mar de oportunidades para as empresas e para o desenvolvimento do Brasil.

Os bastidores do consórcio que rendeu R$ 15 bilhões ao governo e trará receitas de R$ 1 trilhão em 35 anos

O impacto da exploração do pré-sal nos negócios das gigantes Petrobras, Shel, Total, Petrochina e CNOOC (Págs. 1)



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Veja


Manchete: O dilema dos beagles
Amor sem remédio

Ainda não dá para fazer ciência sem que eles sofram, mas cada vez mais isso é intolerável. (Pág. 1)

Petróleo
O leilão de Libra não foi o ideal, mas as promessas do pré-sal ainda estão de pé. (Pág. 1)



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EXAME


Manchete: Hora da virada na educação?
Alerta - Um aluno brasileiro de 15 anos sabe o mesmo que um chinês de 10 ou um coreano de 11 anos

Oportunidade - Com o dinheiro do pré-sal e menos crianças, temos a chance histórica de dar um salto de qualidade

Risco - Sem avanços profundos na gestão do sistema educacional, aplicar mais recursos não vai adiantar nada. (Pág. 1)

Pré-sal
O Brasil faturou alto com o leilão de Libra. Mas os problemas da Petrobras não foram embora. (Pág. 1)

A educação, parece, começou a ganhar respeito.

Talvez, a partir de agora, a Educação comece a receber atenção "desinteressada" politicamente, ou politicamente comprometida com o futuro da nação. Afinal não é todo dia que uma das mais importantes revistas de "economia" privilegia em suas manchetes a Educação ao invés da economia. 

EXAME

Manchete: Hora da virada na educação?
Alerta - Um aluno brasileiro de 15 anos sabe o mesmo que um chinês de 10 ou um coreano de 11 anos

Oportunidade - Com o dinheiro do pré-sal e menos crianças, temos a chance histórica de dar um salto de qualidade

Risco - Sem avanços profundos na gestão do sistema educacional, aplicar mais recursos não vai adiantar nada. (Pág. 1)

Pré-sal
O Brasil faturou alto com o leilão de Libra. Mas os problemas da Petrobras não foram embora. (Pág. 1)
Um pequeno lembrete para colocar em questão " o quanto a política internacional" dos governos do PT está equivocada. A manchete é do El país.

Alemania y Brasil lideran en la ONU una iniciativa para controlar el espionaje

La propuesta quiere garantizar la privacidad de las comunicaciones en Internet

Una veintena de países la respaldan y EE UU está dispuesta a estudiarlahttp://internacional.elpais.com/internacional/2013/10/26/actualidad/1382802183_948709.html

Manchete do O Globo: Economia, eventos e UPPs reinventam os bairros do Rio


Apesar dos discurso sistemáticos contra as UPPs e dos insistentes argumentos dizendo que isso não alterou a realidade carioca, até o jornal mais conservador do Brasil  não foi capaz de negar que alguns avanços foram conquistados. 

Óbvio que o problema não foi sanado. Afinal, trata-se de um problema centenário que foi-se agrando ao longo do tempo e recentemente ganhou um "novo" traço: a criminalidade aliada ao tráfico de drogas e depois aos milicianos. Aí vai a notícia:


Manchete: Economia, eventos e UPPs reinventam os bairros do Rio
Mudança de perfil da população faz imóveis em áreas degradadas, como a Cruzada São Sebastião, se valorizarem mais de 100%

Renda mais alta dos novos moradores transforma relações econômicas e sociais na vizinhança e faz surgirem edifícios e estabelecimentos comerciais mais sofisticados

Ao perder o emprego, a ex-comissária de bordo da Varig Deisi Soleti vendeu o apartamento no Leblon e, por R$ 170 mil, comprou um menor na Cruzada São Sebastião. Um ano e sete meses depois, o imóvel está avaliado em R$ 400 mil. Deisi é um dos personagens do fenômeno da gentrificação, a renovação urbana a partir da mudança do perfil dos moradores. No Rio, o processo é acelerado pelo crescimento da economia acima da média nacional, pelos investimentos para os grandes eventos e pela pacificação das favelas, mostram Fábio Vasconcelos, Flávio Tabak, Natanael, Damasceno e Paulo Thiago de Mello. (Págs. 1, 18, 23 e 24)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Bomba ! Como Cerra e FHC iam vender o Brasil | Conversa Afiada


REPRODUZO O INCONTORNÁVEL POST DO CONVERSA AFIADA:


Bomba ! Como Cerra e FHC iam vender o Brasil | Conversa Afiada

Conversa Afiada reproduz post do blog Geopolítica do Petróleo:

“RECORDAR É VIVER”:  COMO FHC E SERRA TENTARAM PRIVATIZAR A PETROBRÁS


Diante das recentes polêmicas envolvendo o Pré-Sal e a Petrobrás nas eleições, selecionamos aqui uma sequência de  notícias a respeito da luta empreendida pelo PSDB-DEM para privatizar a Petrobrás e o petróleo brasileiro desde os anos 1990, durante o governo de Fernando Henrique, mas também após o fim daquele governo, quando esta coligação continuou criticando e atacando sistematicamente a Petrobrás e agora, o Pré-Sal.























Como foi a mobilização dos Ministros de governo e dos partidos que apoiavam o governo de Fernando Henrique (PSDB e PFL, atual DEM)  para privatizar a Petrobras:






A preparação para a privatização da Petrobrás começou no 1o mandato de FHC, quando José Serra era Ministro do Planejamento. O plano de privatização começou com o sucateamento da Petrobrás, seguido de mudanças ma legislação que o governo FHC-Serra fez para viabilizar a venda da empresa brasileira. O objetivo era privatizar todo o setor de energia e petróleo do país.


















Em agosto de 2000 o governo FHC governo brasileiro realiza uma grande venda de ações da Petrobrás no Brasil e na Bolsa de Nova Iorque, onde entrega cerca de 15% do patrimônio total da empresa por pouco cerca de US$ 3,2 bilhões, sendo que 60% das ações vendidas ficaram nas mãos de estrangeiros. Este foi a segunda venda de ações da Petrobrás no governo FHC (a primeira foi em 1996, quando foram vendidas as ações da Petrobrás que eram controladas pelo governo via BNDES). A última venda de ações ocoreria em 2002, sendo que empresas (refinarias e empresas distribuidoras de gás) foram desmembradas da Petrobrás  e vendidas separadamente, como a Refap. Ao todo o governo FHC vendeu metade do patrimônio Petrobrás em apenas 8 anos. Ao fim do governo FHC, o Brasil controlava apenas 32% do total de ações da Petrobrás e cerca de 70% dos funcionários da empresa eram terceirizados.








O fim da Era FHC representou o fim da crise da Petrobrás, provocado pelo sucateamento proposital da empresa com o objetivo de privatizá-la. No Governo Lula a Petrobrás se tornou prioridade do governo, foi incluída na estratégia de crescimento e re-industrialização do Brasil e em programas como o PAC. Neste contexto é que o governo decidiu perfurar o “pré-sal” e iniciar a extração de petróleo da camada pré-sal, que no ano de 2010 atinge a produção de 100 mil barris por dia.


No governo Lula a Petrobrás finalmente  se recuperou da crise da “Era FHC”, mas oPSDB e o DEM (ex-PFL) continuaram lutando para privatizar a empresa. Os deputados e senadores do PSDB e do DEM criticaram constantemente a Petrobrás no Congresso Nacional e na imprensa.

Depois que a Petrobrás descobriu o Pré-Sal, o governo Lula resolveu acabar com a entreguista Lei do Petróleo de 1997, criada pelo governo FHC e propôs uma Nova Lei do Petróleo, mais moderna e que defendesse os interesses do Brasil. A coligação PSDB-DEM decidiu, então, criar uma CPI da Petrobrás para atacar o governo Lula e impedir a mudança da legislação entreguista-privatista por uma legislação mais coerente e nacionalista.
































Clique aqui para ler “E quem vai defender o pré-sal ?”. 

Aqui para ler sobre o Príncipe da Privataria: “Quem é o Sr X que gravou a compra da reeleição de FHC”. 

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