sábado, 26 de abril de 2014

Pedágios em SP arrecadam em um ano dinheiro para construir estádios da Copa

Alguns dados que são omitidos pela "nossa mídia"... Eles indicam que muitas vezes somos manipulados de maneira revoltante. Revelam a importância de construirmos uma mídia nacional que seja investigativa e não partidária. Denuncia como é possível e até fácil a manipulação de gente séria pelos "discursos" sobre a realidade que, muitas vezes, não conhecemos. Desafia-nos a conhecer cada vez mais essa mesma realidade que, frequentemente, parece transparente à análise crítica. Da série: mídia séria é uma necessidade da democracia.


Pedágios em SP arrecadam em um ano dinheiro para construir estádios da Copa

publicado em 25 de abril de 2014 às 20:06

LUCROS

Em um ano, arrecadação dos pedágios paulistas faria 12 arenas da Copa
Estudo de deputados estaduais PT de São Paulo aponta razões para a instalação de comissão que investigará concessões de estradas à iniciativa privada
por Redação RBA publicado 25/04/2014 13:18, última modificação 25/04/2014 16:16
São Paulo – As concessionárias que administram os pedágios nas estradas estaduais arrecadaram, em 2013, cerca de R$ 6,891 bilhões, de acordo com o Pedagiômetro – que utiliza os relatórios de arrecadação das concessionárias para estimar o faturamento das praças de pedágio paulistas.
Segundo nota da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, o valor é apenas R$ 733 milhões mais baixo que os R$ 7,6 bilhões previstos no documento Matriz de Responsabilidades, do Portal Transparência, do governo federal, para a reforma e ou construção dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de futebol.
Os cálculos, diz a nota, são de diferentes fontes, incluindo BNDES, Caixa Econômica Federal, além de governos estaduais e municipais, dentre outros, e explicam por que a construção das praças de pedágios no estado saltaram de 40, em 1997, para 246, em 2013.
Em seu site, a bancada lembra que as estradas que foram repassadas à iniciativa privada, principalmente na primeira fase, em 1998, apresentavam boa qualidade, construídas com recursos dos impostos pagos pelos contribuintes estaduais.
“Os tucanos entregaram para a iniciativa privada o melhor, as rodovias duplicadas e com maior fluxo de tráfego”, diz o texto.
Ainda segundo a bancada do PT,  67% das concessões de rodovias paulistas usam o IGP-M como indexador para corrigir o valor das tarifas de pedágios anualmente e o restante usa o IPCA. De junho de 1998 até maio de 2013, a variação do IGP-M foi de 248%, enquanto para o IPCA foi de 152%.
Os valores das tarifas de pedágios cobradas no estado de São Paulo serão alvo de investigação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. O pedido de instalação da comissão foi protocolado em março de 2011, mas só agora passará a ser tema de apuração.
A bancada petista na Assembleia Legislativa – que já indicou os deputados Antonio Mentor e Gerson Bittencourt como membros titulares da CPI – aguarda a indicação dos representantes das demais bancadas, num total de nove parlamentares. Depois disso, deverá ser convocada a primeira reunião da comissão, que elegerá presidente e vice. É de praxe que a presidência ou a relatoria fiquem com o autor do pedido, que foi o deputado Mentor.
Leia também:
Protesto contra as UPPs durante enterro de Douglas Pereira no Rio

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O cerco, ou como o sucesso brasileiro é uma ameaça!

O Brasil está péssimo? Sigamos o exemplo da Grécia? Ou estamos em busca de problemas da ordem de 27% de desemprego (como o Brasil dos anos 1980/90)... ou do restante da Europa  e Japão, excetuando-se Alemanha e Inglaterra... 
Só falta oferecer um exemplo que deu certo para seguirmos... Dito de outra forma: podemos estar errados, mas tem país cuja solução tem se mostrado muito, mas muito pior do que o problema. 
Não há discurso que corrija essa obscenidade: a quebra do capitalismo internacional em 2008 e a DOAÇÃO do dinheiro do estado norte-americano, aliás, dos contribuintes aos bancos e empresas em situação falimentar para salvá-los. Essa é a receita neoliberal: o Estado promove a concentração da renda e desemprego, mas quando vem a crise, socorre os donos do capital que ele fez concentrar. O Brasil precisa menter-se independente nas suas deliberações de estado e consolidar sua liderança internacuional, agora também como grande produtor de petróleo. Afinal, a Petrobrax não foi "piratizada" como a Vale da era FHC/PSDB.  Esse, sim, é o nosso grande desafio e, por outro lado, a maior ameaça internacional que representamos. Noutros termos, qualquer sucesso do Brasil é uma ameaça generalizada! 


http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/04/24/leblon-o-marco-civil-e-a-defesa-da-petrobras/


O CERCO





A vitoriosa construção do Marco Civil da Internet deveria servir de referência para uma mudança de postura que já tarda. É hora de estender o método




Replicados com disciplinado zelo pela emissão conservadora,  disparos regulares da mídia internacional defendem a rendição inapelável do Brasil aos ditames da restauração neoliberal.

O tom é de ‘basta!’.

Explica-se: a dissidência brasileira na crise afrontou com sucesso o sopro de morte da austeridade optando por políticas contracílicas baseadas em crédito estatal, investimentos públicos (PAC 2),  fomento à habitação, valorização do poder de compra do salário mínimo e geração de empregos.

O saldo gerou uma inércia de demanda e geração de empregos que resiste até hoje como uma gigantesca costela de pirarucu entalada na garganta dos mercados.
Se isso funciona, como é que fica a restauração neoliberal aqui e na América Latina?

É preciso desqualificar um passado que pode ser usado para credenciar novas heterodoxias no futuro  e, sobretudo, nas urnas.

Chegou a hora de colocar as cordas, os pescoços e as agendas nos devidos lugares, diz o jogral que nunca desafina.

Ponto número um: o Brasil é um grandioso caso de desastre intervencionista.

Ou não é isso o que  reafirma o caso da refinaria de Pasadena, agora brindado com a obsequiosa decisão da juíza Rosa Weber de criação de um palanque nacional para a mídia e seus candidatos execrarem a Petrobras em plena campanha sucessória?

Ponto número dois: o país deve aceitar os termos da rendição incondicional que a emissão conservadora local e foranea   advoga diuturnamente.

A  saber: fim da intervenção estatal na agenda do desenvolvimento; choque de juros ‘para trazer a inflação à meta’  –conduzido por um BC ‘independente’ (das urnas); esvaziamento do BNDES, privatização do pré-sal (tese que ganha agora uma corneta de difusão eleitoral, graças à CPI); cambio livre, arrocho na ‘gastança social’ etc.

O tom imperativo da ofensiva estrangeira remete ao jornalismo da ‘guerra fria’ contra governos não alinhados, nos anos 50/60.

Três exemplos dos últimos quinze dias:

Financial Times: Nova matriz econômica do Brasil ouve anúncio de morte (07/04/2014)

The Economist: Trabalhador do Brasil é gloriosamente improdutivo (17/04/2014 )

New York Times: Brasil grandioso se desfaz (21/04/2014)

O denominador comum é a incompatibilidade entre ‘dirigismo’ estatal e ‘gastança fiscal’(assim, vinculados, como xipófagos), e redução do juro para a retomada do investimento.

Como na ‘guerra fria’, o silogismo é ilustrado não raro com exemplos grotescos. 
Filas no recente Festival de Música Lollapalooza, em São Paulo, abrem a ‘reportagem’ da Economist, por exemplo, para ilustrar a evidência da  improdutividade do trabalhador brasileiro.

Coisas de mercado regulado, naturalmente.

Segundo a bíblia do jornalismo neoliberal, ‘onde o restaurante texano BOS BBQ se destacava pela eficiência, nas outras barracas de comida do evento (as nacionais) as filas se acumulavam de forma ilustrativa.

Isso define um país de ineficientes para a  Economist.

“No momento em que você chega ao Brasil você começa a perder tempo”, dispara, na reportagem transcrita pelo jornal Valor Econômico, o dono do restaurante gringo, Blake Watkins.

Ele chegou aqui  há três anos, após vender um fast food em Nova York.

Parece ter tomado gosto pela ‘perda de tempo’.

O mesmo gosto que leva o capital estrangeiro a maldizer as interferências excessivas do Estado no mercado local.

E a formar filas para ingressar nesse limbo de anancronismo estatizante, cujo segmento de consumo de massa (53% da população), sozinho, representaria hoje a 16ª maior economia do planeta. Com lugar garantido no G-20.

Um punhado de bancos estrangeiros enquadra-se nessa categoria, dos que aguardam  autorização para operar no reduto da improdutividade e do intervencionismo desastrado.

O  governo Dilma autorizou o ingresso médio de quase 8 bancos por ano desde 2011.

Mas  só autoriza  se ficar demonstrado o interesse nacional na operação. 
Dilma costuma perguntar, por exemplo,  o que o banco fará pelo financiamento de longo prazo, indispensável a um novo ciclo de desenvolvimento.

A Presidenta faz o que determina o interesse público. 

E o que determina o interesse  público incomoda quem se avoca o direito a uma free-way para entrar e sair do país quando quiser, como quiser e com quanto quiser.

A soberba tem o  apoio de um colunismo  ignorante no varejo e prestativo no atacado.

Esse gelatinoso ectoplasma de interesses compartilha de um segredo cuidadosamente mantido a sete chaves, fora do alcance da opinião pública brasileira.

Afinal, o  que acontece exatamente quando uma economia adota  –ou lhe é imposto–  o pacote de medidas às quais a teimosia petista resiste em associar o destino nacional?

Se a emissão conservadora dedicasse a essa resposta algum vapor de jornalismo isento, o debate em torno da sucessão presidencial certamente ganharia a densidade adequada a um  escrutínio esclarecido sobre o  passo seguinte do desenvolvimento do país.

Um ponto de partida poderia ser a dissecação do que se passa em economias europeias, enredadas em desconcertante combinação de ‘recuperação’  e esfarelamento social.

A Grécia, por exemplo.

Mergulhada no sexto ano de recessão, com um PIB 24% inferior ao de antes da crise, o país é saudada como paradigma de sacrifício bem sucedido.

Em 2013,  a Grécia conseguiu, de fato, um superávit fiscal de 1,2%  do PIB (repita-se, sobre um PIB que perdeu ¼ de sua massa desde 2008).

A que preço?

A taxa de desemprego é de 27%.

Cerca de  2,3 milhões de um total de 2,8 milhões de lares gregos acumulam dívidas tributárias impagáveis, por absoluta insuficiência de renda.

O déficit fiscal não para de crescer e a dívida pública passa de 180% do PIB –bem distante dos 120%  que o generoso FMI definiu como a fronteira da sustentabilidade a ser perseguida por Atenas.

Não só.

A taxa de investimento na Grécia despenca linearmente desde 2008 e o déficit fiscal é de 12% do PIB.

O resto é deduzível.

A Grécia é aquele lugar em que as crianças passam fome na rede pública por falta de merenda escolar. E a extrema direita persegue imigrantes pelas ruas, não raro até a morte.

Na semana passada, esse féretro civilizatório foi ao mercado e conseguiu captar empréstimos nos valor de três bilhões de euros, com uma procura por títulos da dívida grega quase sete vezes superior à oferta.

O que leva a festejada racionalidade do mercado a se lambuzar em papéis de uma nação  insolvente, colapsada em seus fundamentos, às voltas com uma sintomática deflação de preços e sem tônus para se reerguer a partir de suas próprias forças produtivas e de consumo?

Antes da Grécia, Portugal e Espanha (esse, outro colosso de recuperação assentada em 26% de desemprego, déficit fiscal de 7% do PIB e dívida pública de 94% do PIB) já haviam tido sucesso semelhante em captações no mercado financeiro internacional.

A resposta ao enigma  ajuda a entender não apenas o que acontece por lá, mas sobretudo a consistência do cerco aqui, em torno do Brasil.

A recuperação grega é uma experiência de laboratório tanto quanto a tese do Brasil aos cacos é uma construção midiática.

Viabilizar a Grécia ajoelhada aos mercados é tão necessário  quanto acuar um Brasil reticente às exigências de um  ajuste mais duro preconizado pelo interesse rentista local e internacional.

A captação realizada pela Grécia –a exemplo das demais– na verdade foi um investimento tutelado e garantido por bancos alemães, britânicos e pelo FMI. 
Não há vínculo de confiança em relação a Atenas.

Antes, trata-se de uma adesão, sem risco, a uma oferta do sistema financeiro interessado em provar que o austericídio grego deu certo.

A hora escolhida foi cirurgicamente selecionada: há liquidez abundante no mercado internacional. E  limitadas são as opções de risco que permitam sair do círculo vicioso de um rentismo que se ergue, cada vez mais perigosamente, pelos próprios cabelos.

Alternativas  de canibalização de mais valia, como os investimentos em infraestrutura ensejados pela ampliação do mercado interno brasileiro, são raridade no mundo pós-crise.

Num mercado achatado pela desordem neoliberal, o principal déficit ainda é o déficit de demanda. E o maior desafio: devolver às economias a capacidade de gerar  emprego e renda.

Grécia e Brasil ocupam polos opostos nessa tipificação, mas carregam no calendário político uma equação de delicadeza semelhante.

Uma nova vitória do PT no Brasil, em outubro, sancionaria a existência de um dissenso bem sucedido no âmbito da restauração neoliberal em marcha no mundo.

Seus  desdobramentos encorajadores na América Latina são óbvios. E  daí para as demais nações em desenvolvimento, a progressão seria inevitável.

Na Grécia, ao contrário, a direita no poder, encabeçada pela Nova Democracia, tem um encontro com o desalento social dia 25 de maio, nas eleições municipais.

Se derrotada, engrossa o mesmo recado subjacente à reeleição de Dilma, cinco meses depois.

O partido de esquerda grego, o Syriza,  disputa a liderança nas enquetes de intenção de voto.

Uma derrota conservadora em maio abriria uma grande avenida  para o  Syriza   construir alianças que o qualifiquem a disputar como favorito as eleições presidenciais de fevereiro de 2015.

Uma última palavra merece ser dita diante do que  aparenta ser uma  certa prostração do governo e do PT face ao cerco conservador.

A direita politizou definitivamente o debate econômico espetando nos desafios macroeconômicos sua rotulagem ideológica.

‘Intervencionismo, ineficiência e corrupção’ formam o tripé  de um mantra repetido à exaustão pelo dispositivo midiático para qualquer tema ou circunstância.

Será assim também na CPI da Petrobrás.

O tratamento economicista muitas vezes adotado pelo governo nem responde à radicalização do embate, nem elucida a verdadeira natureza dos interesses em conflito.

A vitoriosa construção do Marco Civil da Internet deveria servir de referência para uma mudança de postura que já tarda.

Longe de tecnificar o assunto, o governo neste caso se ancorou em uma ofensiva política interna e externa, democratizou o debate, arregimentou grandes adesões, mobilizou  movimentos sociais e tornou indefensável a defesa do lucro corporativo  contra o interesse da cidadania.

Sobretudo, o governo exibiu neste caso duas qualidades em falta nos demais: unidade de ação e determinação política de não escamotear a colisão de interesses em jogo.

É hora de estender o método a outras esferas. A começar pela defesa da Petrobrás.




Clique aqui para ler “Dilma responde perguntas sobre o Marco Civil”

Aqui para “CPI: tucanos vencem no STF. Surpresa ?”

E aqui para “Renan não se curva e recorre ao STF”



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.


terça-feira, 15 de abril de 2014

DEUS NOS AJUDE! Sobre o Basil, o legado divino e nossas "permanentes" dificuldades

O Brasil é um país cujo povo jamais poderia negar que Deus tem uma atenção especial por ele. Afinal, temos uma das piores elites do mundo. Uma elite que não queria industrialização, mas foi derrotada por um político que nasceu de suas entranhas. 
Nossos políticos, pelo menos a maioria, sempre buscaram - como convinha aos herdeiros da casa-grande - as tetas do estado. Os intelectuais que muitas vezes consideravam o "povo brasileiro" nos seus estudos, muito pouco o encarava pessoalmente ou o tinha em grande conta. Na maioria dos casos, nem mesmo gostavam de seu convívio. 
Os artistas, quando se aproximam ou era pelo que ele lhe conferia em bens e prestígio, ou por uma admiração explícita que sempre gera bons resultados. Mas, ao se aproximarem do povo, os artistas são abandonados pela Academia que os considera "populares" demais. 
Se tudo isso não bastasse, a nossa "esquerda" é abjeta de tão tacanha. Sua avidez pelo poder é de tal ordem que na época do golpe de 1964 suas disputas internas, sua pretensão sem limites e uma falta completa de reconhecimento da luta no campo político – faltas gravíssimas no campo do combate - CONCEDEU aos adversários a vitória.  Noutros termos, não foram a elite nacional e internacional, os grandes interesses do capital que venceram, tendo como testa-de-ferro os militares, mas as esquerdas que perderam a guerra.
Uma vitória estrondosa que, entre mortos, torturados, feridos e desaparecidos espicaçou o pobre povo brasileiro. Um erro que permitiu a instalação de uma ditadura de alma fascista e face liberal (nunca democrática como se viu) que perdurou por longos e tenebrosos vinte e um anos. Um período no qual nossos interesses coletivos foram "alienados" aos internacionais e/ou das elites, legando ao povo, na saída em 1985, a maior dívida externa do mundo, a maior inflação do mundo, um dos mais baixos salários mínimos do mundo, uma sociedade das mais desiguais do planeta, com tudo o que isso significa em termos de miséria, abandono da infância e adolescência, além de uma educação privada e precária, quando existia e uma estrutura de trabalho desumana, marcada por uma exploração abusiva.
Mas, a história nas mãos dos povos avança, mesmo quando eles são negados – afinal, são os povos é fazem acontecer. Veio o fim da ditadura, mas fomos enganados por neoliberais travestidos de socialdemocratas por dois mandatos, o segundo comprado com o dinheiro arrecadado com a venda do patrimônio público amealhado ao longo da ditadura, como a VALE DO RIO DOCE que, depois de meio século de pesquisas sobre nossas jazidas de minérios foi vendida por um preço irrisório. Uma década depois se tornou a maior empresa de extração de minérios do mundo... legando ao povo as valas e outros dejetos de sua obra. 
Os neoliberais tupiniquins preparavam-se para vender a PETROBRAX nas mesmas condições: doações com papeis podres e empréstimos, pasmem, do banco responsável por fomentar a economia NACIONAL. Ou seja, nem dinheiro do exterior entrou na negociata. Mas, o maldito legado de inflação alta, desemprego estrutural e crescimento econômico pífio afastou os neoliberais do poder - graças a Deus! 
Vieram os governos um pouco mais à esquerda, liderados por um gênio político que ganhou admiração global, sem reverenciar quaisquer outros políticos, fossem poderosos ou estratégicos. O presidente da maior potência global, os EUA, referiu-se a ele, publicamente, como: "esse é o cara!". O cara reduziu a inflação, dobrou o número de universidades, decuplicou o número de escolas técnicas federais, transtornando-as em centro de formação de mão de obra qua-li-fi-ca-da. Instituiu a recuperação do valor real do salário mínimo, conferindo-lhe aumentos superiores aos da inflação por uma década. Instaurou programas de inclusão social cuja eficácia e resultados os fizeram ser copiados pela ONU. Incluiu uma população equivalente a da Argentina no mercado consumidor brasileiro, além de ter implantado uma política internacional independente. Isso em meio a maior crise do capitalismo global, desde 1929, a crise que ninguém viu, que desapareceu da mídia a que quebrou a maior potência mundial e louvou os demais países/potências neoliberais juntos: A  CRISE DO CAPITLISMO MNDIAL DE 2008. 
Para nossa desgraça, era um metalúrgico. Fosse um professor, engenheiro, médico, tudo bem... mas, um operário ser tão popular, alcançar tanto destaque e sucesso nos seus governos? Ninguém da classe média acima tolerou tamanha petulância. Mas, suas realizações exigiam acertos políticos com essa mesma corja que sempre mandou no BRasil. Acertos também com membros e alas divergentes do partido. 
Veio o governo Dilma Rousseff que, a meu ver, era uma tentativa de realizar uma administração mais técnica, de forma a regulamentar a participação dessa gente na administração pública. A Presidenta fez o que lhe demandaram: realizou (o que se verá agora na campanha presidencial). Mas, não soube lidar com o primeiro e mais astuto e poderoso agente social brasileiro: a mídia, também uma das piores do mundo. Isso foi perigoso, mas não fatal para seu governo, simplesmente porque ele foi sagaz na hora de lidar com o trio: tradição voluntarista e autoritária, corrupção, realizações. Um trio que nem sempre é fácil administrar. 
Agora, a beira do maior e mais importante evento do esporte mundial – a Copa do Mundo, do qual os brasileiros, mais dos que torcedores, são fanáticos, insurgem movimentos de difícil identificação quanto a origem política – se de esquerda, direita, ou mesmo sem orientação política clara (não creio) - que visam comprometê-lo. As "esquerdas mágicas" - aquelas para as quais "só a revolução é a solução", que acreditam que estão a frente de uma eminente mobilização nacional em busca de uma sociedade comunista ou coisa o valha - esquecem quem são seus verdadeiros adversários - definindo-os: o capital internacional, as grandes corporações, as elites internacionais, os estados imperialistas, e é lógico, a obtusa elite nacional. As esquerdas mágicas por que esquisofrênicas, optam por combater a esquerda "popular"... Perdem a oportunidade de realizarem uma sociedade igualitária por não estudarem os processos dos quais fgazem parte. Abandonam o esforço de aprofundarmos a democracia popular em nome de discursos vazios; crenças mais que teoria, abstratas e visões estreitas da realidade que se abstêm de analisar.
O povo brasileiro precisa ter claro quais são seus efetivos adversários e quem os representa e como lutam para a derrota desse mesmo povo. Só assim não será derrotado novamente por essa gente cuja estreiteza de horizontes compromete o futuro de gerações de brasileiros e brasileiras que - ao contrário de seus pais e avós - podem AGORA buscar  um (e no) país melhores condições para viverem, sonharem e até realizarem.
Sob uma visão dessas, é ainda possível pensar que Deus é brasileiro? Lembrei-me de uma piada infame e, corrigindo-a, diria: um país com as maiores jazidas de minérios, de petróleo, com o maior parque fluvial e reservas aquíferas do mundo, as maiores extensões de terras agricultáveis do planeta, com um povo alegre, trabalhador e criativo pode dar errado? Ao que Deus responde: você vai ver a elite que vou enviar para lá!

Deus nos ajude!