terça-feira, 15 de abril de 2014

DEUS NOS AJUDE! Sobre o Basil, o legado divino e nossas "permanentes" dificuldades

O Brasil é um país cujo povo jamais poderia negar que Deus tem uma atenção especial por ele. Afinal, temos uma das piores elites do mundo. Uma elite que não queria industrialização, mas foi derrotada por um político que nasceu de suas entranhas. 
Nossos políticos, pelo menos a maioria, sempre buscaram - como convinha aos herdeiros da casa-grande - as tetas do estado. Os intelectuais que muitas vezes consideravam o "povo brasileiro" nos seus estudos, muito pouco o encarava pessoalmente ou o tinha em grande conta. Na maioria dos casos, nem mesmo gostavam de seu convívio. 
Os artistas, quando se aproximam ou era pelo que ele lhe conferia em bens e prestígio, ou por uma admiração explícita que sempre gera bons resultados. Mas, ao se aproximarem do povo, os artistas são abandonados pela Academia que os considera "populares" demais. 
Se tudo isso não bastasse, a nossa "esquerda" é abjeta de tão tacanha. Sua avidez pelo poder é de tal ordem que na época do golpe de 1964 suas disputas internas, sua pretensão sem limites e uma falta completa de reconhecimento da luta no campo político – faltas gravíssimas no campo do combate - CONCEDEU aos adversários a vitória.  Noutros termos, não foram a elite nacional e internacional, os grandes interesses do capital que venceram, tendo como testa-de-ferro os militares, mas as esquerdas que perderam a guerra.
Uma vitória estrondosa que, entre mortos, torturados, feridos e desaparecidos espicaçou o pobre povo brasileiro. Um erro que permitiu a instalação de uma ditadura de alma fascista e face liberal (nunca democrática como se viu) que perdurou por longos e tenebrosos vinte e um anos. Um período no qual nossos interesses coletivos foram "alienados" aos internacionais e/ou das elites, legando ao povo, na saída em 1985, a maior dívida externa do mundo, a maior inflação do mundo, um dos mais baixos salários mínimos do mundo, uma sociedade das mais desiguais do planeta, com tudo o que isso significa em termos de miséria, abandono da infância e adolescência, além de uma educação privada e precária, quando existia e uma estrutura de trabalho desumana, marcada por uma exploração abusiva.
Mas, a história nas mãos dos povos avança, mesmo quando eles são negados – afinal, são os povos é fazem acontecer. Veio o fim da ditadura, mas fomos enganados por neoliberais travestidos de socialdemocratas por dois mandatos, o segundo comprado com o dinheiro arrecadado com a venda do patrimônio público amealhado ao longo da ditadura, como a VALE DO RIO DOCE que, depois de meio século de pesquisas sobre nossas jazidas de minérios foi vendida por um preço irrisório. Uma década depois se tornou a maior empresa de extração de minérios do mundo... legando ao povo as valas e outros dejetos de sua obra. 
Os neoliberais tupiniquins preparavam-se para vender a PETROBRAX nas mesmas condições: doações com papeis podres e empréstimos, pasmem, do banco responsável por fomentar a economia NACIONAL. Ou seja, nem dinheiro do exterior entrou na negociata. Mas, o maldito legado de inflação alta, desemprego estrutural e crescimento econômico pífio afastou os neoliberais do poder - graças a Deus! 
Vieram os governos um pouco mais à esquerda, liderados por um gênio político que ganhou admiração global, sem reverenciar quaisquer outros políticos, fossem poderosos ou estratégicos. O presidente da maior potência global, os EUA, referiu-se a ele, publicamente, como: "esse é o cara!". O cara reduziu a inflação, dobrou o número de universidades, decuplicou o número de escolas técnicas federais, transtornando-as em centro de formação de mão de obra qua-li-fi-ca-da. Instituiu a recuperação do valor real do salário mínimo, conferindo-lhe aumentos superiores aos da inflação por uma década. Instaurou programas de inclusão social cuja eficácia e resultados os fizeram ser copiados pela ONU. Incluiu uma população equivalente a da Argentina no mercado consumidor brasileiro, além de ter implantado uma política internacional independente. Isso em meio a maior crise do capitalismo global, desde 1929, a crise que ninguém viu, que desapareceu da mídia a que quebrou a maior potência mundial e louvou os demais países/potências neoliberais juntos: A  CRISE DO CAPITLISMO MNDIAL DE 2008. 
Para nossa desgraça, era um metalúrgico. Fosse um professor, engenheiro, médico, tudo bem... mas, um operário ser tão popular, alcançar tanto destaque e sucesso nos seus governos? Ninguém da classe média acima tolerou tamanha petulância. Mas, suas realizações exigiam acertos políticos com essa mesma corja que sempre mandou no BRasil. Acertos também com membros e alas divergentes do partido. 
Veio o governo Dilma Rousseff que, a meu ver, era uma tentativa de realizar uma administração mais técnica, de forma a regulamentar a participação dessa gente na administração pública. A Presidenta fez o que lhe demandaram: realizou (o que se verá agora na campanha presidencial). Mas, não soube lidar com o primeiro e mais astuto e poderoso agente social brasileiro: a mídia, também uma das piores do mundo. Isso foi perigoso, mas não fatal para seu governo, simplesmente porque ele foi sagaz na hora de lidar com o trio: tradição voluntarista e autoritária, corrupção, realizações. Um trio que nem sempre é fácil administrar. 
Agora, a beira do maior e mais importante evento do esporte mundial – a Copa do Mundo, do qual os brasileiros, mais dos que torcedores, são fanáticos, insurgem movimentos de difícil identificação quanto a origem política – se de esquerda, direita, ou mesmo sem orientação política clara (não creio) - que visam comprometê-lo. As "esquerdas mágicas" - aquelas para as quais "só a revolução é a solução", que acreditam que estão a frente de uma eminente mobilização nacional em busca de uma sociedade comunista ou coisa o valha - esquecem quem são seus verdadeiros adversários - definindo-os: o capital internacional, as grandes corporações, as elites internacionais, os estados imperialistas, e é lógico, a obtusa elite nacional. As esquerdas mágicas por que esquisofrênicas, optam por combater a esquerda "popular"... Perdem a oportunidade de realizarem uma sociedade igualitária por não estudarem os processos dos quais fgazem parte. Abandonam o esforço de aprofundarmos a democracia popular em nome de discursos vazios; crenças mais que teoria, abstratas e visões estreitas da realidade que se abstêm de analisar.
O povo brasileiro precisa ter claro quais são seus efetivos adversários e quem os representa e como lutam para a derrota desse mesmo povo. Só assim não será derrotado novamente por essa gente cuja estreiteza de horizontes compromete o futuro de gerações de brasileiros e brasileiras que - ao contrário de seus pais e avós - podem AGORA buscar  um (e no) país melhores condições para viverem, sonharem e até realizarem.
Sob uma visão dessas, é ainda possível pensar que Deus é brasileiro? Lembrei-me de uma piada infame e, corrigindo-a, diria: um país com as maiores jazidas de minérios, de petróleo, com o maior parque fluvial e reservas aquíferas do mundo, as maiores extensões de terras agricultáveis do planeta, com um povo alegre, trabalhador e criativo pode dar errado? Ao que Deus responde: você vai ver a elite que vou enviar para lá!

Deus nos ajude!

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