quarta-feira, 29 de maio de 2013

Santayana e a queda dos mitos americanos | Conversa Afiada

Santayana e a queda dos mitos americanos | Conversa Afiada
do Jornal do Brasil on-line...

A dissolução dos mitos americanos



por Mauro Santayana

Os mitos, como os deuses, são produtos do poder. É o controle da informação, mediante a difusão  da cultura opressora, que amedronta os povos indefesos e agiganta os agressores e saqueadores. Depois da Antiguidade, os norte-americanos foram os mais competentes em criar a mitologia da superioridade intelectual e moral de seus políticos, de seus pensadores e de seus exércitos.

Como todos os povos, ele teve e tem grandes pensadores e cientistas e é claro que houve (hoje provavelmente não haja mais) soldados que se destacaram por sua bravura nas lutas pela independência, na Guerra da Secessão e nas duas guerras mundiais de que participaram. Na Primeira delas, durante a batalha de Argonne, na frente francesa, o sargento Alvin York avançou com seu grupo sobre um ninho de metralhadoras, matou 28 soldados alemães, prendeu 132 e se apropriou de 32 metralhadoras. Era um homem do campo, que mal sabia ler, e que se tornou o mais condecorado soldado dos Estados Unidos durante o conflito.

Outro homem do campo – e o oposto do protótipo do super-herói americano, posto que de estatura baixa e corpo mirrado – foi Audie Murphy, o mais condecorado militar dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Esse conseguiu retirar algum proveito do mito, tornando-se ator de cinema de talento reduzido, mas de boa bilheteria, por seu heroísmo real. Os dois, como sabemos, foram heróis em guerras que podemos considerar justas, ainda que servissem também aos poderosos de seu país.

Fora das guerras citadas – a da Independência, a da Secessão e as duas mundiais – não houve heróis, ainda que tenha havido sacrifícios imensos de seus homens, nos combates travados pelos norte-americanos. Não os houve na guerra de anexação contra o México, nem contra a Espanha – e menos ainda, em decorrência desse conflito, na repressão à luta das Filipinas pela independência.  E ninguém encontrará heroísmo ianque na Coréia, no Vietnã, no Iraque e no Afeganistão. E nem se fale da Somália, de onde os norte-americanos saíram apressadamente, da mesma maneira que deixaram Saigon. No caso do Iraque, o mais liberal dos regimes da região, a mentira foi usada com desfaçatez: Saddam não possuía qualquer arma de destruição em massa, e era inimigo declarado de Al Qaeda – a mesma Al Qaeda que participa da contra-revolução síria.

Dessas incursões criminosas falam mais as imagens de Abu Ghraib e de Guantánamo com a tortura contra prisioneiros indefesos, e os relatos brutais da chacina de My Lai, no Vietnã.

Ontem, no Cemitério de Arlington, na cerimônia anual pelos que morreram em combate, Obama apelou para o sentimento de patriotismo dos norte-americanos, lembrando que os meios tecnológicos da guerra não bastam para substituir o “valor” dos soldados. Ele ponderou que, pelo fato de que, hoje, os soldados são voluntários, e não conscritos, como no passado, o povo não se sente tão empenhado em solidarizar-se com os seus exércitos. Na realidade, o Pentágono “terceiriza” a guerra e usa mais mercenários do que patriotas nos combates.

Na semana passada, ele dissera, em outra cerimônia militar, que os Estados Unidos devem terminar com a guerra contra o terrorismo tal como ela se desenhara no governo Bush. Ontem, no entanto, insistiu que “a América ainda está em guerra”.

É possível que os mitos em torno da superioridade norte-americana, alimentados pela imprensa, pela literatura e, sobre todos os outros  meios, pelo cinema e pela televisão, estejam sendo dissolvidos pela realidade. Há coisas novas, que nos trazem certa esperança. Entre elas, o primeiro compromisso entre o governo colombiano e as Farc, a propósito da política agrária a ser adotada no país. E, por mais a França e a Inglaterra advoguem uma intervenção militar na Síria, não parece que Washington e Moscou, cada capital com as próprias razões, aceitem essa nova aventura.

Obama parece sincero em seu apelo ao Congresso para que autorize fechar Guantánamo e em sua disposição de deixar o Afeganistão no ano que vem. Mas isso não o isenta do que seu país fez na Líbia e em sua cumplicidade com Israel contra o povo palestino.

As virtudes do povo americano – e são muitas – só serão conhecidas quando eles esquecerem os mitos e assumirem sua plena humanidade.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Wanderley: Governo está sitiado | Conversa Afiada

Wanderley: Governo está sitiado | Conversa Afiada


UM GOVERNO SITIADO


Wanderley Guilherme denuncia a proliferação de organizações sem autenticidade democrática ou popular, que juntamente com uma imprensa adversativa e adversária, tem conseguido bloquear obras e ações do governo.  Os sindicatos estão dormentes e os parlamentares que teriam obrigação de defender o projeto do partido no governo tem se caracterizado por uma ação pouco mais que medíocre.



A imprensa adversativa e o governo sitiado

Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político.

Com a adesão nada discreta do diário Valor Econômico, o jornalismo de perfil adversativo alcançou a unanimidade. Nenhuma notícia positiva é impressa sem um embargo – mas, porém, todavia, contudo – seguido de uma desapontadora lembrança má. Algo no seguinte estilo: “a inflação está cadente, mas as contas externas entraram no vermelho”. Esse é o moto universal da imprensa brasileira atual.

O sindicalismo anda entorpecido. Em épocas de emprego farto e ganhos salariais sucessivos, cabe à liderança manter permanente sinal amarelo junto às bases, precisamente para que quase nada mude, isto é, que continue a bonança na oferta de empregos e apropriado aumento na renda. São constantes os alarmes conservadores denunciando pleno emprego e aumento da renda dos trabalhadores como responsáveis por recrudescimentos inflacionários. Estão acontecendo agora, sem que as lideranças sindicais contraponham diagnóstico e terapia alternativas.

Inflação daninha grassa na criação de siglas de organizações sem correspondente mobilização social efetiva. Não são grupos, mas siglas de interesse. Na biografia delas encontra-se a eleição de uma diretoria e a incorporação de meia dúzia de “especialistas”, freqüentes em bombásticas declarações à imprensa. Não possuem legitimidade social nem mobilizam ninguém. São, antes, mobilizadas pela imprensa adversativa nas declarações que antepõem especulações pessimistas aos fatos materiais satisfatórios. Atuam em todos os segmentos da vida econômica e social, com representatividade restrita à diretoria e aos membros fundadores.

Há dez anos, ousado programa de subversão na estratificação social, na inovação econômica e na modernização institucional tem sido responsável por substanciais transformações na infra e na superestrutura do país. A cada ano, aumenta a resistência dos tradicionais setores beneficiados pelos projetos de poder das oligarquias às mudanças na agenda de prioridades dos projetos de governos populares. Hoje, sitiado por uma imprensa adversativa e adversária, por um sindicalismo dormente e por um carrossel de siglas de chantagem, um punhado de figuras no Executivo tem garantido a continuidade, projeto a projeto, conquista a conquista, sem contar senão com uma representação parlamentar de seu partido principal – o PT – disciplinada, mas de qualificação pouco acima de medíocre. Sindicatos, grupos sociais efetivamente vulneráveis e aliados políticos usufruem preguiçosamente das conseqüências de bons governos sem retribuir em defesa e mobilização de apoio. São caronas do sucesso. Ou os interessados mudam ou podem ser obrigados a se mudar.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

POLÍTICA E MÍDIA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: UM DEBATE CADA VEZ MAIS NECESSÁRIO E URGENTE



As reflexões do post anterior estão muito bem colocadas, tanto para os partidários do PT quanto para os demais agentes sociais preocupados com os avanços sociais brasileiros. Se eles podem ser considerados ainda tacanhos, também é preciso reconhecer que são muito expressivos, se comparados a "todos" os governos anteriores da República. 
Os dados recentes sobre esses avanços são significativos e precisam ser repetidos, uma vez que jamais ganham expressão na mídia nativa, a não ser de forma negativa como o avanço do emprego formal (do mês de abril) que foi noticiado com estando abaixo do ano anterior. Nada se diz sobre a queda da atividade econômica global, especialmente da Europa e entre os BRICs, excetuando-se os EUA.
As análises "ECONÔMICAS" (?) são capciosas e levam a uma interpretação distorcida, uma situação que tem se tornado exasperante... Pois, nesse contexto, o debate político converte-se em fazer contraposição às "NOTÍCIAS" que circulam pelas diversas mídias - quase de forma hegemônica - fazendo da luta política uma luta discursiva, mas, sobretudo, desleal. Afinal, a mídia faz melhor, tanto no que concerne a difusão e "fabricação" de notícias, quanto no que diz respeito às análises. Além, é claro, do fato de ela deter, culturalmente, um lugar social que legitima sua suposta isenção nesses dois quesitos. 
Nos EUA existe uma rede midiática que reúne publicações consideradas alternativas - a PBS, abreviatura de Public Broadcasting Service http://www.pbs.org/. Acredito que se conseguíssemos fazer isso por aqui teria um efeito "bomba". Mesmo! As mídias tradicionais iriam se sentir constrangidas, não imediatamente, mas e médio prazo. No Brasil é praxe que todas as iniciativas partam das elites e que a população mantenha-se "bestializada". 
Tem se aproximado a hora em que será preciso enfrentar essa situação de forma mais incisiva para que a sociedade avance. A história está em busca de protagonistas que somo nós! Fica a sugestão.

Dilma tem que ir mais fundo | Conversa Afiada


REPRODUZO DO - SEMPRE - CONVERSA AFIADA

Publicado em 21/05/2013

DILMA TEM QUE IR
MAIS FUNDO

O desespero do PiG (*) e as caravanas ao Supremo revelam a impotência conservadora.

Conversa Afiada reproduz excelente artigo de Saul Leblon, extraído da Carta Maior:

MUDAR A CORRELAÇÃO DE FORÇAS



O deputado Rui Falcão, presidente nacional do PT, considerado mesmo pelos adversários um dos melhores quadros do partido, fez uma intervenção importante no seminário de Porto Alegre, dos dez anos de governos petistas (leia a reportagem).

Rui afirmou que o projeto histórico das forças progressistas abrigadas sob o guarda-chuva do PT transcende o calendário eleitoral. Ademais de defender nas urna avanços já conquistados, o partido deve trilhar novos degraus na luta pela hegemonia, observou.

Isso, se quiser que o presente não seja a mera reiteração do passado e o futuro não se resuma à atualização dos dias que correm.

Para ir além das circunstâncias atuais, o PT tem que mudar a correlação de forças na sociedade, disse Rui. E implantar três reformas que em sua opinião constituem um requisito indissociável do passo seguinte do desenvolvimento e da democracia brasileira.

São elas: a reforma política; a reforma tributária e a regulação da mídia para que se faça cumprir o que reza a Constituição de 1988, avessa ao monopólio e guardiã da pluralidade de pensamento.

Rui defende que esse tripé seja o alicerce ordenador do provável segundo mandato da Presidenta Dilma.

A questão é como assegurar que isso aconteça: mudar a correlação de forças é, ao mesmo tempo, um requisito e uma consequência dessas diretrizes.

Grosso modo, destravar o gargalo fiscal do desenvolvimento implica redefinir o volume e a origem dos fundos públicos e a destinação dos mesmos. Encerra um embate entre a riqueza e a demanda por igualdade.

A reforma política pretende fortalecer a democracia, torna-la menos dependente dos donos do dinheiro.Sobretudo no financiamento eleitoral dos partidos .

Finalmente, a questão da mídia, sublinhada por Rui.

Trata-se de reforçar o espaço do discernimento histórico da sociedade, assegurando-lhe acesso efetivo à pluralidade de ideias no debate contemporâneo.

Não se faz isso com um oligopólio reiterado pela política oficial de publicidade.

A mudança na correlação de forças, salientada pelo presidente do PT, é também um processo demarcado por saltos referenciais.

As grandes greves operárias dos anos 70/80 no ABC paulista condensaram um desses saltos no país: foram a expressão organizada de um sentimento de saturação da sociedade em relação à ditadura militar.

As mobilizações nacionais da luta pela redemocratização – o ‘Diretas Já’ – evidenciaram esse caldo de cultura.

As ideias, as dinâmicas e forças que ordenavam a economia e a sociedade no ciclo ditatorial haviam deixado de funcionar como o amálgama de uma correlação, capaz de assegurar relações estáveis entre interesses em conflito.

Incapaz de ordenar essas contradições com um conjunto aceito de políticas públicas –a começar pela política de arrocho salarial, contestadas nas fábricas e nas ruas– a crise do Estado paralisou o sistema econômico.

Que já sangrava com a perda das fontes de financiamento, decorrente da crise da dívida externa dos anos 80.

A Constituinte de 1988, cuja importância o PT erroneamente subestimou, tentou reordenar esse vácuo constitutivo.

Os constituintes fizeram concessões à ditadura, sendo a anistia recíproca a mais ostensiva delas.

Ainda assim, a assembleia soberana legislou avanços indiscutíveis, fixando parâmetros institucionais que ainda hoje os interesses plutocráticos tentam reverter.

E o que é sobretudo notável.

Tudo isso aconteceu a contrapelo do então ascendente ciclo de supremacia do ideário neoliberal em todo o mundo.

De alguma forma, a Constituinte regulou mais do que o mercado estava disposto a ceder e a democracia representativa se mostrou capaz de materializar.

Os ventos da desregulação, soprados dos quatro cantos do mundo, varreriam parte desses avanços.

São conhecidas as distâncias entre a equidade universal consagrada na Carta e a rotina do país.

As dissonâncias avultam na saúde, educação, acesso a terra, saneamento, habitação e, mais notável, em tempos recentes, no acesso à informação plural avessa ao oligopólio, como prevê a Carta.

O ciclo tucano no poder (95/2002) ‘ajustou’ o elástico da correlação de forças.

E reverteu na prática – em muitos casos, na legislação também – o sentido histórico da Constituinte de 1988.

Não é preciso reiterar estatísticas.

O impacto qualitativo fala por si.

A supremacia mercadista instituída nos oito anos de poder do PSDB teve influencia marcante na estrutura do desenvolvimento brasileiro.

As privatizações, por exemplo.

Ademais do seu recorte expropriador, subtraíram da sociedade o poder de induzir a economia através da ação empreendedora de grandes orçamentos centralizados.

Por pouco não se perde também o BNDES. Ou o Banco do Brasil. E a Petrobrás.

A lição política desse período não pode ser esquecida.

Uma crise, mesmo quando o seu desfecho resulta em mudança de regime político, como foi o eclipse da ditadura no Brasil, não renova automaticamente a estrutura do Estado.

Pode haver regressão, ou acomodação conservadora se as forças ascendentes não alçarem uma organicidade capaz de materializar institucionalmente a nova correlação política.

Grosseiramente, a eleição de Lula, em 2002, retomou a construção histórica arquivada pelo ‘ajuste’ conservador promovido entre 1989 e 2002.

Os governos Lula e Dilma, como qualquer governo progressista, incluem elementos de conciliação, tropeço e avanço.

Mas é inegável que contribuíram para aprofundar a nova correlação de forças da qual foram a expressão política eleitoral.

Mudanças importantes na pirâmide de renda e na redução das desigualdades foram promovidas nos últimos 11 anos.

Um quadro de pleno emprego impôs ao capitalismo brasileiro a rediscussão dos seus limites estruturais.

Tratado como questão técnica pela mídia, o gargalo da infraestrutura evidencia um choque entre duas lógicas.

De um lado, o país desenhado para 1/3 da população; de outro, 40 milhões de pessoas que ascenderam ao mercado e reivindicam agora seu lugar na plena cidadania.

Muitos, à esquerda, se ressentem da flacidez doutrinária do ciclo progressista liderado pelo PT.

É um fato.

Mas é fato que a consciência de uma sociedade avança também quando aspirações históricas se traduzem em agendas de ação efetiva.

Que são apreendidas mais facilmente pelo discernimento popular do que o discurso doutrinário duro.

Do lado conservador, critica-se o PT por ter dado precedência à expansão do mercado interno, elevando o poder de compra dos salários e estendendo a abrangência dos programas sociais, como sua alavanca de poder.

Ter feito isso antes de viabilizar um ciclo correspondente de investimentos é apontado frequentemente pelos professores banqueiros do PSDB como exemplo de incompetência administrativa.

Um editorial da Folha deste domingo bate nessa tecla.

Reafirma a precedência das ‘reformas’, o controle dos reajustes salariais (leia-se, arrocho sobre o salário mínimo) e a contenção dos ‘gastos’ com a previdência.

Requisitos para um crescimento consistente que Dilma, a exemplo de Lula, mostrou-se incapaz de implantar. Sentencia o diário de conhecidos pendores tucanos.

A realidade é um tanto mais sofisticada.

A verdade é que os governos do PT –com todas as limitações conhecidas e criticáveis– geraram um novo sujeito histórico massivo.

Ele impõe à agenda capitalista e a seus porta-vozes, caso dos Frias, um problema que não cabe em velhas receitas doutrinárias rabiscadas em editoriais de domingo.

A nova correlação de forças, embora inconclusa, podemos dizer assim, não as favorece.

Tanto que o arrocho implícito nas agendas alternativas fica restrito aos editoriais conservadores.

Os presidenciáveis encarregados de viabilizá-lo preferem dizer que ‘dá para fazer mais e melhor’.

Uma dissimulação de amplitude incontestável.

Passados onze anos da travessia liderada pelo PT, o Estado brasileiro persiste ainda aquém das determinações institucionais previstas na Carta de 1988.

O Estado não substitui a sociedade.

Ele não é o sujeito dessa defasagem, mas o espelho do entroncamento histórico que a explica.

Todavia é forçoso reconhecer também que a ação pública pode muitas vezes pode acelerar ou obstruir avanços amadurecidos na dinâmica social.

A hesitação do governo Dilma em obedecer a Constituição e providenciar fóruns e meios que assegurem a pluralidade democrática à comunicação audiovisual, enquadra- se nesse segundo caso.

Quando elenca o tripé da reforma política; reforma tributária e regulação da mídia como âncora programática de um provável segundo governo Dilma, o presidente do PT de certa forma está advertindo para uma agenda política negligenciada pelo economicismo de certas áreas do governo.

O que Rui Falcão está dizendo na verdade é que a própria continuidade do desenvolvimento depende agora de um salto de aprofundamento democrático na vida brasileira.

A correlação de forças do auge tucano foi quebrada.

O bloco de interesses conservadores não consegue mais impor ao país a sua voracidade, de forma estável e legítima.

A agressividade da mídia e a romaria frequente do conservadorismo à Suprema Corte é um sintoma dessa impossibilidade.

Como assegurar que disso resulte um salto progressista, e não uma espiral de dissolução institucional?

A questão é a democracia.

É preciso urgentemente, e de uma vez por todas, dar aderência e abrangência democrática à renovação estrutural dos atores sociais ocorrida no país na última década.

As reformas apontadas por Rui vão na direção certa.

Mas há que se elencar uma prioridade nesse entroncamento de causas e consequências.

A regulação da mídia, por ser de implementação mais rápida e ter efeitos multiplicadores na discussão das demais, dando voz à nova correlação de forças progressistas, mereceria a precedência na agenda do partido e na do governo.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Protógenes pede CPI sobre Gurgel-Dantas | Conversa Afiada

REPRODUZO POST DO CONVERSA AFIADA FUNDAMENTAL!!!!


Protógenes pede CPI sobre Gurgel-Dantas | Conversa Afiada


Publicado em 15/05/2013

PROTÓGENES PEDE
CPI SOBRE GURGEL-DANTAS

Protógenes diz da tribuna que tem documentos que provam a relação entre o Procurador e o banqueiro


Da Tribuna da Câmara, o deputado Delegado Protógenes exibiu documentos nesta quarta-feira que, segundo ele, coprovam a relação imprópria entre Daniel Dantas e o Procurador Geral que o senador Fernando Collor chama de prevaricador.

Com os documentos, Protógenes espera recolher as assinaturas necessárias à  criação de uma CPI.

Protógenes patrocinou as CPIs do Robert(o) Civita e da Privataria Tucana, ainda por instalar-se.

Na TV Afiada, a denúncia de Protógenes, na quinta-feira.

Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 15 de maio de 2013

MP expõe as tripas: Dantas e PMDB | Conversa Afiada

MP expõe as tripas: Dantas e PMDB | Conversa Afiada


MP EXPÕE AS TRIPAS: 
DANTAS E PMDB

A sexta economia do mundo foi sitiada por um empresário e um deputado, unidos a beira-mar
     
A discussão sobre a MP dos Portos é saneadora.

Botou para fora as tripas do Daniel Dantas e do PMDB.

Daniel Dantas está no centro da República.

Instalado no Judiciário – clique aqui para ver irretocável vídeo do jornal nacional que Gilmar Dantas (*) ignorou para dar o segundo HC Canguru -, no Legislativo e no Executivo.

O deputado Anthony Garotinho lançou apenas um fósforo na gigantesca fogueira.

É por causa dele que ainda não se legitimou a Operação Satiagraha.

Agora, se vê que Dantas está de corpo e alma na “emenda aglutinativa” do deputado Eduardo Cunha.

Ele é quem move o Pauzinho do Dantas.

O que demonstra sua monumental ousadia.

Ele cercou o Congresso, imobilizou-o e colocou o Governo Federal à beira do precipício.

Se a MP dos Portos não fosse aprovada, isso significaria que um único homem, um único empresário, produto do consórcio PSDB/PFL, da aliança Fernando Henrique-Antonio Carlos  Magalhães, robustecido pela Privataria, pode derrotar uma República.

Que país é esse ?

A Sexta Economia do Mundo aos pés de um empresário que ninguém vê, ninguém cita.

Invisível.

No PiG (**), é proibido dar invocar nome.

Nunca se sabe se o patrão tem conta num banco dele (em território nacional, claro !).

Porque ele é onipresente.

As tripas expostas também são as do PMDB.

Que, agora, se vê, como o PSDB e o DEM, dança o minueto do Dantas.

O partido que sustenta a governabilidade, que dá o vice-presidente da República não merece nenhuma confiança.

Porque é capaz de fazer emendas que aglutinem interesses variados.

Eduardo Cunha de Furnas, da CEHAB, Refinaria de Manguinhos, do Real Grandeza, esse Herói da Serra do Facão.

Qual é a base de apoio da Presidenta Dilma ?

Como diz o professor Wanderley Guilherme é uma baleia que dá poucos filhotes.

Que se deixa sitiar por um único empresário e um único deputado.

Bendita MP dos Portos.

As tripas estão à luz do sol.

E fedem.

Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

MP dos Portos: que base aliada é essa ? | Conversa Afiada

MP dos Portos: que base aliada é essa ? | Conversa Afiada

A votação da MP dos Portos na Câmara foi uma vitória amarga para o Governo Dilma.

Expôs de forma dramática que a estratégia de garantir o Governo do PT com o apoio do PMDB é tão frágil quanto a seleção do Felipão.

O PMDB não garante nada.

O PMDB não tem cacique.

E, se tiver, é Eduardo Cunha.

Como diz o professor Wanderley Guilherme, a base aliada é tão ampla que nao funciona.

Parece inacreditável, mas a verdade é que a Câmara foi sitiada pelos interesses de um único empresário, Daniel Dantas, cujo nome, enfim, saiu da toca.

Basta isso para demonstrar que o Governo não tem macanismos institucionais para assegurar um projeto estratégico que fira os interesses empresariais de um único homem.

Foi uma noite melancólica.

O esforço de José Guimaães, Arlindo Chinaglia e José Genoino – que voltou a demonstrar suas qualidades de parlamentar – foi parcialmente bem sucedido.

O projeto do Governo chega ao Senado fraturado.

Não na essência da MP, porque a “emenda aglutinativa” da bancada Cunha-Dantas naufragou.

Como disse o deputado do PSDB: o Governo derrotou o Governo.

O problema do Governo no Senado – e no Congresso – é assegurar que pode governar com ESSE PMDB.

O Governo já e minoria no Supremo, o último reduto da Big House.

A MP dos Portos mostrou que se confiar no PMDB … a Dilma cai.

Porque, a depender das “aglutinações” do Cunha, qualquer conjunto de empresários derruba o Governo.

A oposição já avisou que vai buscar a vitória no Suprmeo.

Dantas tem cadeira cativa no Supremo.

Foi o saldo dessa desastrosa votação.

Eduardo Cunha perdeu.

Até quando ?

Quantos Cunha há no Senado ?

Qual a bancada Dantas o Senado ?


Paulo Henrique Amorim

Garotinho joga PSDB e DEM no colo do Dantas | Conversa Afiada

Garotinho joga PSDB e DEM no colo do Dantas | Conversa Afiada


Na votação da MP dos Portos, o deputado Anthony Garotinho subiu à tribuna para acusar o DEM e o PSDB estar associados a Daniel Dantas.

Garotinho acusou os dois partidos de não querer votar a MP dos Portos porque, na semana passada, Garotinho chamou a MP de MP dos Porcos.

A MP dos Porcos é a “emenda aglutinativa” de Eduardo Cunha.

Ela é que Garotinho acusa de ser uma defesa dos interesses de Daniel Dantas.

Garotinho desafiou o PSDB e o DEM: se não quiserem votar, liguem para o Dantas.

Eu, Garotinho, não tenho o telefone dele.

Voces têm !, acusou Garotinho.


Quem votar contra a MP recebeu presentinho do Dantas ?
Uma pista é ler o “Privataria Tucana”, do Amaury.
Garotinho tirou o Daniel Dantas da toca !
Jogou Dantas no colo do PSDB e do DEM, de onde ele veio !
Do Governo Fernando Henrique, aliado a Antonio Carlos Magalhães.
Paulo Henrique Amorim

COMENTÁRIO A CONTRA-PELO


Inicialmente me desculpo pela pretensão: a ideia de uma análise a "contra-pelo", afinal essa possibilidade é rara. Mas, as mídias nos ajudam a compreender o mundo se a "lermos" criticamente. Nós, historiadores, sabemos disso muitíssimo bem. A manchete que colhi hoje nos jornais desmascaram os discursos derrotista quanto às políticas econômicas aplicadas pelos governos do PT.  

"Cepal
Brasil recebeu 41% do total de investimentos estrangeiros no Caribe e na América Latina. (Págs. 1 e 3)"

Vejamos, se pensarmos numa diversidade de Estados que vai do México, vizinho dos EUA, ao Chile, bastião e precursor do neoliberalismo na América Latina, não parece que vamos muito mal ...