"Com Temer, 62% dos projetos que viraram lei foram do Executivo
Desde maio, quando Michel Temer assumiu interinamente a Presidência, 62% das leis aprovadas no Congresso foram propostas pelo Planalto. É a maior taxa dos últimos dez anos. O número mostra reversão em trajetória que era de queda. Até meados do 2.º mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), cerca de três em cada quatro novas leis tinham o Executivo como autor. O porcentual foi caindo até chegar a 26%, com Dilma Rousseff.(Política A4)"
O resumo da notícia ajuda a entender como a política funciona no Brasil e porque os avanços não foram tão grandes como alguns esperavam e/ou defendiam...
Os dados sobre as enormes dificuldades de aprovar leis de interesse da maioria dos brasileiros são muito óbvios. No entanto, merece destaque também o erro monumental que movimentos sociais e partidos progressistas estão cometendo ao não encontrarem uma pauta comum para avançarmos em nossa incipiente e frágil democracia.
Há um ciclo "viciado" entre os avanços do neo-ultra-conservadorismo e um recuo reverente desses agentes da sociedade civil. Negá-lo é o que mantem esse monstro a nos espreitar.
Urge que os interesses comezinhos e ideológicos sejam deixados de lado por todos os agentes progressistas. Somente assim poderemos garantir a sobrevivência dos vestígios da democracia popular que a maioria dos brasileiros vinha forjando desde a Constituição de 1988.
Se esses agentes não se convencerem dessa obviedade, as consequências nefastas também os atingirão e, talvez, os coloquem na periferia da política novamente. A estupidez dessa gente não pode ser tão obtusa assim!
Vamos aguardar.