Extraído do Blog Conversa Afiada ...
Extraído do Blog do Miro:
Mídia abana indisciplina militar
Por Altamiro Borges
Quando das greves da PM que
agitaram alguns estados, todos os jornalões publicaram vários editoriais
raivosos condenando a “insubordinação militar” e exigindo uma postura
mais dura do governo contra os grevistas. Agora, estranhamente, nenhum
jornal condenou abertamente as provocações de alguns oficiais da
reserva, também chamados de milicos de pijama, contra o governo Dilma
Rousseff.
Primeiro foi um “manifesto”
assinado pelos presidentes dos três clubes militares. Repreendidos pelo
comando das Forças Armadas, eles recuaram e pediram desculpas. Na
sequência, cerca de 500 oficiais da reserva assinaram outro documento,
solidarizando-se com os presidentes dos clubes militares e desacatando
abertamente a presidenta da República e o ministro da Defesa, Celso
Amorim.
Terrorismo preventivo das viúvas da ditadura
No “manifesto” intitulado “Eles que
venham, aqui não passarão”, os saudosistas da ditadura tentam se
precaver diante do início dos trabalhos da Comissão da Verdade, que
analisará os crimes cometidos naquele sombrio período da história
brasileira. Eles esbanjam valentia, mas, na verdade, estão com medo de
que suas atrocidades venham a público. Fazem terrorismo para evitar a
verdade!
Diante da inaceitável indisciplina
dos oficiais da reserva, que acabam exercendo influência sobre os da
ativa – como já ocorreu nos preparativos do golpe militar de 1964 –, o
governo federal decidiu punir os que aderiram ao manifesto golpista. O
interessante é que a mídia, a mesma que apoiou o golpe e a ditadura, até
agora permanece em silêncio diante desta grave insubordinação.
A falsa neutralidade na imprensa
Nas notícias sobre o episódio há,
inclusive, uma falsa neutralidade. Já alguns trogloditas que gozam de
espaços privilegiados nos jornalões, revistonas e emissoras de televisão
não escondem a sua simpatia pelo “direito democrático” dos milicos de
pijama. Outra vez, Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, é o mais
venenoso e asqueroso. Ele estimula os indisciplinados a “não se
intimidarem”.
Eliane Cantanhêde, da “massa
cheirosa” do PSDB, aconselha a presidenta Dilma a evitar radicalizações –
como se o governo fosse culpado pelas sandices das viúvas da ditadura.
Já Hélio Schwartsman acha “um exagero que leis e regulamentos castrenses
permitam enquadrar e punir por desrespeito à hierarquia os oficiais
reformados, que são, para todos os efeitos, cidadãos aposentados”.
O torturador Brilhante Ustra na ativa
Enquanto isto, a lista de adesões
ao manifesto continua aberta e é atualizada diariamente no sítio “A
verdade sufocada”, liderado pelo torturador Carlos Brilhante Ustra, que
foi comandante do Doi-Codi entre 1970 a 1974. Repugnante a atitude dos
saudosistas da ditadura militar e estranha, muita estranha, a postura
complacente da mídia.
A presidenta Dilma, como comandante em chefe das Forças Armadas, deveria ficar bem atenta a estas perigosas movimentações.
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Na verdade assusta, porque o país
nunca esteve tão bem. Mas a direita não se resigna com a fragorosa derrota que
as forças mais progressistas do país impingiram a ela. Todo seu discurso, desde
o econômico e de política externa ao de distribuição de renda e governança
foram para o ralo. Não há quem suporte. A mídia apoia porque é burra! Não
percebe que seu papel no cenário contemporâneo mudou. Uma mídia partidária é
expressão do atraso. Assim, ela perde espaço para as mídias alternativas, cada
vez mais poderosas, superando o interesse do público, conquistando legitimidade com o desempenho apresentado na "primavera árabe"! .
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